Área pertencente a
União foi vendida a José Rodrigues por uma cartorária de Marabá
O pecuarista José Rodrigues, apontado pela polícia
do Pará como o mandante do duplo homicídio do casal de ambientalistas José
Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, foi denunciado esta semana pelo
Ministério Público Federal pela compra do lote situado no assentamento Praialta
Piranheira, na zona rural do município de Nova Ipixuna. A invasão do lote por
uma família de agricultores teria sido o motivo pelo qual o pecuarista teria
ordenado a execução do casal de ambientalistas. José Rodrigues foi absolvido da
acusação de mandante do crime em um julgamento que revoltou entidades,
movimentos sociais e a anistia internacional, que acompanham o caso.
O Ministério Público e a acusação recorreram em
instância superior pedindo a anulação do julgamento. Na denúncia apresentada a
justiça federal, o MPF alega que José Claudio comprou o lote da cartorária de
Marabá, Neusa Santis, sendo que as terras pertencem a União. De acordo com as
investigações da Polícia, o lote comprado por José Rodrigues já estava ocupado
por uma família de agricultores, sendo que o pecuarista expulsou os mesmos da
área.
Inconformados, os agricultores procuraram o casal de
ambientalistas José Claudio e Maria do Espírito Santo, sendo que estes
ordenaram que a família voltasse para o lote, fator que despertou a ira de José
Rodrigues, que jurou vingança. Em maio de 2011, o casal foi vítima de tocaia em
uma estrada vicinal quando retornavam da cidade de Nova Ipixuna. Eles foram
mortos com vários tiros, sendo que José Claudio teve uma orelha cortada.
De acordo com as investigações da polícia, os
autores do duplo homicídio foram Lindonjonson Silva Rocha, (irmão de José
Rodrigues) e Alberto Lopes do Nascimento. Na sessão do Tribunal do Jurí
realizada no dia 04 de abril deste ano, os dois foram condenados pela autoria
do crime, sendo que os jurados inocentaram José Rodrigues por entenderem que
não haviam provas contra o pecuarista.
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