EXCELÊNCIA EM QUALIDADE

EXCELÊNCIA EM QUALIDADE

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

CPT QUER PENA MÁXIMO PARA MATADORES DE CASAL


Advogado da entidade afirma que mais duas pessoas estão envolvidas na morte de ambientalistas.

O juiz Murilo Lemos Simão, da Vara do Tribunal de Júri de Marabá, marcou para o próximo dia 03 de abril, o julgamento dos acusados do assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, crime ocorrido no dia 24 de maio de 2011, no interior do Projeto de Assentamento Praia Alta Piranheira, município de Nova Ipixuna, sudeste do Pará. O tribunal do júri ocorrerá no fórum de Justiça de Marabá. 

Em conversa com O Liberal na tarde de ontem, o advogado José Batista Afonso, coordenador da Comissão Pastoral da Terra em Marabá, CPT, disse que foram processados e presos apenas, José Rodrigues Moreira (mandante do crime) Lindonjonson Silva e Alberto Lopes (executores). No entanto, conforme escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, a decisão de mandar matar José Cláudio e Maria, não foi tomada apenas por José Rodrigues, sendo que outras pessoas estariam envolvidas na morte do casal de ambientalistas.

De acordo com investigações da polícia, a causa principal do assassinato do casal foi a compra ilegal feita por José Rodrigues de uma área de 150 ha dentro do projeto de Assentamento Agro-Extrativista Praia Alta Piranheira. Em metade da área comprada já residiam 03 famílias. José Rodrigues tentou expulsá-las e não conseguiu devido a atuação de José Cláudio e Maria. Em razão disso, Zé Rodrigues decidiu mandar matá-los. Após o assassinato do casal, as três famílias continuaram sendo ameaçadas, sendo que, dias após o crime, sem proteção da polícia, decidiram sair dos lotes. A CPT denuncia que mesmo estando custodiado, José Rodrigues se apossou da área colocando pessoas de sua família para assegurar os lotes. “A situação foi denunciada ao Superintendente do INCRA pela FETAGRI, STR de Nova Ipixuna, Associação do Assentamento e pela CPT, mas, o INCRA nada fez para retomar os lotes”.

O advogado José Batista ressaltou ainda que embora o superintendente do Incra tenha se negado a retomar os lotes, com a justificativa de que só a justiça poderia fazê-lo, o mesmo autorizou técnicos do órgão a retomar pequenos lotes de filhos de assentados que já residem no assentamento há vários anos. “Não há nenhum conhecimento também se a Polícia Federal instaurou inquérito contra José Rodrigues pelo crime de ocupação ilegal de terra pública, crime previsto em lei, com pena de 1 a 3 anos de prisão, e também, tenha instaurado inquérito contra os madeireiros de Nova Ipixuna que extraiam ilegalmente madeira dentro do assentamento”. Denuncia Batista. 

Por outro lado, A professora Laisa Sampaio, irmã de Maria do Espírito Santo (assassinada) que continua residindo no interior do Assentamento e dando continuidade ao trabalho do casal, vem recebendo constantes ameaças e continua sem nenhuma proteção. A situação já foi denunciada à Secretaria de Segurança Pública do Estado, à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência e à Casa Civil. Mesmo assim, sua inclusão no programa de defensores de Direitos Humanos foi negada e ela continua sem proteção. Para O Liberal, o advogado da CPT disse que familiares do casal e os movimentos sociais confiam na condenação dos acusados pelo corpo de jurados e que o juiz estipule a pena máxima para os condenados que poderá chegar a 60 anos de prisão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário