Aves estavam no Parque Zoobotânico Vale (PZV) desde 2011,
quando vieram encaminhadas pelo IBAMA, provenientes de apreensão em Tucuruí.
Duas fêmeas de harpia
foram enviadas ontem ao Criadouro de Animais Silvestres da Itaipu Binacional
(CASIB), localizado próximo à barragem da usina, no Estado do Paraná, onde é
desenvolvido um projeto de reprodução de harpias. Elas estavam sob os cuidados
da equipe técnica do Parque Zoobotânico Vale (PZV) desde 2011, quando vieram
encaminhadas pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) de Marabá, provenientes de apreensão em Tucuruí, onde
estavam sendo criadas por moradores. "As harpias chegaram com penas opacas
e estavam muito magras, certamente devido à alimentação inadequada. Elas
receberam ajuste nutricional, além de suplementação para recuperar a condição
corporal", relata André Mourão, supervisor do Parque Zoobotânico da Vale.
De acordo
com Mourão a prática de caça e criação de animais silvestres é bem comum e suas
consequências são graves. "Ao criar um animal silvestre em cativeiro, a
pessoa prejudica o meio ambiente e coloca em risco sua saúde. Há inúmeras
doenças que podem ser transmitidas do animal para o homem e que, apenas com
conhecimento técnico podem ser identificadas. No caso da harpia, ainda há o
perigo de ataque, podendo gerar ferimentos graves em quem convive com
ela", alerta. Também conhecida como gavião-real, a harpia é uma das
maiores aves de rapina do planeta e chega a medir 2,5m de uma ponta a outra da
asa. Devido à invasão das áreas onde vive, tornou-se raro na natureza.
O chefe
da Floresta Nacional de Carajás, Frederico Drummond, explica que a ave está no
topo da cadeia alimentar e desempenha papel ecológico importante no controle de
espécies de mamíferos. "A sua presença indica que o ambiente está
ecologicamente equilibrado, ou seja, sua preservação demonstra uma floresta
preservada. Contudo, o desmatamento, a extração madeireira, a caça e a
biopirataria prejudicam severamente esta espécie. Para reverter este quadro,
toda estratégia para conservação da espécie é muito bem vinda", destaca
Drummond.
Mensalmente
o Parque Zoobotânico Vale recebe em média oito animais provenientes de
apreensões do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) ou de entregas voluntárias feitas ao ICMBio no Pará. São
mamíferos, répteis e aves, sendo estas as maiores vítimas de criadores e
caçadores ilegais. A permuta com outros Parques já rendeu ao PZV grandes
conquistas, como o caso da troca de um urubu-rei macho por uma fêmea do Paraná,
o que possibilitou a reprodução em cativeiro dos casais de ambos os Estados em
2010.
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