A ideia é
oferecer uma alternativa de renda e melhorar a qualidade da alimentação das
famílias.
Cinco
famílias de agricultores do Projeto de Assentamento Ressaca, em Senador José
Porfírio, começaram a receber orientações da Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), para a criação de peixes. A ideia é
oferecer uma alternativa de renda e melhorar a qualidade da alimentação das
famílias.
A
atividade será desenvolvida em tanques escavados. Para que o processo seja
realizado de forma correta, a Emater oferece palestras sobre o manejo adequado
da atividade, como a construção dos criatórios, preservação de nascentes e mata
ciliar. Nesse primeiro momento os agricultores povoarão os tanques com tambaqui
e tambatinga. As espécies escolhidas se adaptam bem à região. Cada tanque deve
receber até três mil alevinos, dependendo do tamanho do espaço disponível para
recria.
As
orientações também priorizam a organização dos agricultores em associação ou em
cooperativa, o que influencia diretamente na baixa dos custos com a atividade,
como a compra de ração alternativa para alimentação do pescado. Segundo a
técnica em aquicultura da Emater, Simone Gomes, trabalhar piscicultura na
região é oneroso. Só os gastos com a alimentação para os peixes estão estimados
entre 50% e 60% do custo total com a atividade. “Também estaremos empenhados
posteriormente em produção de ração alternativa para a alimentação do peixe”,
disse Simone.
Outra
dificuldade na região é a incerteza que ainda têm os agricultores sobre os
grandes empreendimentos iniciados e pensados para a região. Senador José
Porfírio, município da área de influencia da hidrelétrica de Belo Monte, tem
expectativa de sediar ainda a construção de uma empresa de exploração de
minério. “Diante de todas as dificuldades, inclusive da diminuição da oferta de
peixes no rio Xingu, que corta o município, para os agricultores, diversificar
as atividades produtivas acaba sendo uma garantia de renda e de alimentação
para as famílias”, disse a técnica.
Apesar
dos tanques estarem localizados em uma área de garimpo, a Emater diz que pelo
menos nesse primeiro momento a carne do pescado não apresenta nenhuma
alteração. “A água que abastece os tanques é de nascentes que ocorrem dentro
dos lotes”, confirmou. A despesca começa a ocorrer a partir do décimo mês,
quando os peixes já atingem mais de um quilo de peso. O quilo do pescado deve
ser comercializado a R$ 10,00.
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