Cerca de 2 mil
produtores de cacau interditaram na manhã de ontem a rodovia Transamazônica, no
trecho que dá acesso ao município de Medicilândia. A manifestação ocorreu em
represália a uma operação do Ministério do Trabalho que, segundo os
manifestantes, estaria causando prejuízos à economia local.
A
rodovia foi bloqueada no quilômetro 91, próximo a zona urbana de Medicilândia.
A ponte sobre o rio Surubim foi interditada com máquinas agrícolas. Parte da
colheita de cacau também foi colocada na rodovia.
Apenas
ambulâncias e caminhões com cargas perecíveis tinham autorização para passar.
Um longo congestionamento se formou na rodovia. De acordo com os líderes do
manifesto, a fiscalização do MTE, que ocorreu na cidade há cerca de 15 dias,
multou produtores e trabalhadores rurais de Medicilândia, obrigando-os a se
adequarem as normas trabalhistas.
"Para
nós, achamos interessante que o ministério mantenha esses contratos de parceria
e também, algumas pessoas que não tenham essa parceria, possa ser assinada a
carteira”, afirmou Raimundo Rodrigues, presidente dos Trabalhadores Rurais de
Medicilândia. “O que nós estamos vendo aqui é que essa ação tem sido
inteiramente repressiva e não uma ação no sentido de educar, de orientar para
que essas pessoas venham a se regularizar”, relatou Carlindo Silva, presidente
do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
O
comércio da cidade e as repartições públicas fecharam as portas em apoio a
manifestação. Os bancos também não funcionaram. Os manifestantes cobram uma
negociação com representantes do Governo Federal. Eles também querem um prazo
maior para que os produtores possam sanar as irregularidades detectadas pela
fiscalização.
Em
Medicilândia, os produtores de cacau firmam contratos de parceria com os
trabalhadores rurais, que são chamados de meeiros. Esses contratos tem validade de um ano e
podem ser renovados. Toda produção da lavoura é dividida em partes iguais. Com
a fiscalização do Ministério do Trabalho, os proprietários estão sendo
obrigados a assinar a carteira dos meeiros.
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