O Sindicato dos
Trabalhadores rurais de Anapú denunciou na semana passada a atuação de
servidores do Incra do município, acusados de quebra de conduta ética
e moral e de favorecer um grupo de famílias ligadas à CPT, em detrimento das
famílias aliadas ao sindicato e à associação do PDS Esperança. Da mesma forma,
outras organizações também denunciaram o Sindicato dos Trabalhadores Rurais por
orientar ocupantes de terras públicas a saírem das áreas para permanência dos
"proprietários" que reivindicam o domínio das mesmas.
As
denúncias foram feitas durante uma Audiência Pública realizada em Anapú, sendo
que as supostas irregularidades foram relatadas ao Ouvidor Agrário Nacional e
presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo (CNCVC),
desembargador Gercino Filho, e à representante do Ministério Público
Federal, que intermediaram a audiência. O Ouvidor garantiu que vai
notificar os órgãos até janeiro de 2014, solicitando providências,
e que apresentará aos agricultores um balanço dos resultados em
reunião programada para fevereiro de 2014. Além do Incra, Ouvidoria
Agrária Nacional e Ministério Público Federal, também participaram da audiência
representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,
Defensoria Pública Agrária do Pará, Ouvidoria Agrária do Tribunal de Justiça do
Pará e do Terra Legal.
Na mesma audiência, o
Incra, em conjunto com a Comissão Nacional de Combate a Violência no Campo
(CNCVC) e o Ministério Público Federal (MPF), apresentaram todas as atividades
que estão sendo executados pelo Grupo de Trabalho que atuam na região e propôs
diretrizes para acabar com ocupações irregulares e extração ilegal de madeira
no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Anapu I (Esperança). Os
ocupantes irregulares de lotes, objetos de liminar de reintegração de posse
determinada pela Justiça Federal, poderão regularizar suas situações a
partir dos critérios definidos pelo Incra.A audiência fez parte de um conjunto de ações do Incra para combater o desmatamento e a ocupação ilegal de lotes no PDS Anapú I, conhecido como Esperança. É a terceira audiência realizada no local desde 2010 quando tornou-se mundialmente conhecido devido ao assassinato da irmã Doroth Stang, ocorrido em 2005. A retirada dos ocupantes irregulares do PDS Esperança teve início em 2010, a partir de denúncias do Ibama de extração ilegal de madeira no assentamento. Após revisão ocupacional feita pelo Incra, constatou-se que um grupo de famílias estava em situação irregular. Durante a fase administrativa várias situações foram solucionadas. Porém, alguns casos foram encaminhados para a Justiça Federal e resultaram em liminares de reintegração de posse.
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