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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

FAMÍLIAS AMEAÇADAS DE DESPEJO EM SÃO FELIX DO XINGÚ

 Posseiros estão amedrontados com a possibilidade de deixarem a terra por meio de força policial.

As mais de 200 famílias de posseiros que estão na área da invasão da Fazenda Barra do Triunfo, atualmente de propriedade do pecuarista Luiz Pires, do Grupo da Fazenda Umuarama, no município de São Félix do Xingu, na região sul do Pará, passaram a viver um clima de insegurança e tensão, após serem comunicadas da reintegração de posse da área ocupada, determinada por uma liminar concedida pela Vara Agrária de Redenção.
Na área da invasão há famílias que moram há 10, 15 e até 25 anos cultivando a terra, plantando e criando animais domésticos para suas próprias subsistências, sem contar que as benfeitorias encontradas lá foram todas implantadas pelos ocupantes da área, como já foi comprovado por laudos agronômicos de fiscalização realizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra.
Os posseiros disseram que estão amedrontados com a possibilidade de deixarem a terra por meio de força policial, porque não pretendem sair deixado para trás uma história de vida, de luta e de sacrifícios, pois tudo que construíram ao longo dos anos está fixado ali. Os posseiros disseram ainda que a pressão sobre eles para sair da terra é muito grande e aumentou nos últimos dias. “Estamos na eminência de sermos despejados injustamente das nossas posses, pois como verdadeiros clientes da reforma agrária e produtores da agricultura familiar, entendemos que temos o direito constitucional de permanecer na terra”, disse um posseiro durante a reunião de assembleia realizada esta semana, quando avaliaram os problemas sociais que suas famílias poderão passar em caso de cumprimento da liminar da justiça.
Na segunda-feira,08, um grupo de trabalhadores ingressou na justiça com um Agravo de Instrumento pedindo realização de perícia judicial para identificação dos posseiros, qualificação e avaliação das benfeitorias, com vistas à efetivação de um possível acordo. “Depois de tantos anos dedicados a esta terra, cujas famílias viviam e ainda vivem em situação análoga, fica difícil imaginar termos de nos separar disso aqui. Precisamos dessa terra para viver, é dela que tiramos o sustento de nossos filhos. Não me conformo com essa situação”, lamenta o presidente da Associação dos Produtores Rurais da Barra do Triunfo, Luzimar da Silva.
Temerosos pelo agravamento da crise lideranças de São Felix do Xingu se manifestaram junto às autoridades competentes informando sobre o clima de tensão social que se instalou na Barra do Triunfo depois que a justiça decidiu retirar os posseiros. A situação já foi informada oficialmente ao Governo do Estado e a Secretaria de Segurança Pública. Outro órgão que está preocupado com o clima tenso na Barra do Triunfo é a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de São Felix do Xingu. De acordo com o padre Danilo, todos na CPT estão preocupados com o agravamento da crise, pois segundo ele, são mais de 200 famílias trabalhando e vivendo na terra, e a retirada brusca delas poderia transformar aquela região do Xingu num verdadeiro caos social. (Fotos : Edmar Brito)

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