Autraquia diz que errou ao conceder área de terra para esposa de
mandante de homicídios em Nova Ipixuna.
O
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) respondeu esta
semana os questionamentos do Ministério Público Federal (MPF) sobre a concessão
de um lote de reforma agrária para Antônia Nery de Souza, mulher de José
Rodrigues Moreira, acusado de mandar matar o casal de extrativistas José Cláudio
Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em maio de 2011, no Assentamento Praialta
Piranheira, situado na zona rural do município de Nova Ipixuna, no sudeste do
Pará.
O
superintendente Edson Bonnetti disse em ofício que a retomada do lote deverá
ser feita por processo judicial. “Por equívoco foi realizada indevidamente a
homologação da senhora Antonia Nery, sendo esta incluída em relação de
beneficiários”, diz o ofício, em que o superintendente afirma ainda que a
homologação se deu sem que ele ordenasse. “Após conhecimento do equívoco, a
situação foi desfeita, retornando-os à condição de candidato”, diz.
Do acordo
com o documento, o caso será tratado agora pela procuradoria regional do Incra
em Marabá. Os documentos do processo administrativo interno do Incra sobre o
lote – requisitados pelo MPF - mostram que o Conselho Nacional dos Seringueiros
e a Comissão Pastoral da Terra avisaram ao Incra do envolvimento de José
Rodrigues Moreira e da mulher Antônia Nery com a compra e venda de lotes de
reforma agrária, o que é ilegal. Ele está preso desde 2011 pelo assassinato do
casal de extrativistas e deve sentar no banco dos réus no próximo dia 03 de
abril. O tribunal do júri será instalado em Marabá.
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