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quarta-feira, 13 de março de 2013

SÃO FÉLIX DO XINGU INTENSIFICA CAMPANHA CONTRA DESMATAMENTO E FEBRE AFTOSA



Município tem o maior rebanho bovino do país, com mais de dois milhões de cabeças de gado.

O Pará está cada vez mais próximo de ser um dos estados brasileiros livres da febre aftosa, doença causada por um vírus que atinge bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. A vacina contra a doença já foi aplicada em 99,9% do rebanho paraense, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará). São Félix do Xingu, no Sudeste do estado, tem o maior rebanho bovino do país: são mais de dois milhões de cabeças de gado. Além da chance de estar livre da febre aftosa, o município também luta contra a imagem do desmatamento.

Desde 2012, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) flagrou 1,9 mil hectares de florestas devastados durante a operação Guardiões da Amazônia – Goianos IV. A cidade quer mudar essa realidade. A idéia é elevar a produção de gado, mas, ao mesmo tempo, aumentar a sua área de preservação. Hoje, 74% do território de São Félix é voltado para a Área de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e indígena.

O primeiro passo na busca de uma pecuária sustentável foi a visita de representantes do Sindicato dos Produtores de São Félix do Xingu ao Projeto Pecuária Verde, desenvolvido em Paragominas. “Queremos desenvolver um trabalho nos moldes do Pecuária Verde. Com a intensificação do trabalho, percebemos que não é preciso desmatar para manter um rebanho grande”, avalia o presidente da entidade, Wilton Batista.

A exemplo do que aconteceu inicialmente no Nordeste paraense, as propriedades de São Félix também buscam a adequação com base nas Boas Práticas Agropecuárias (BPA), propostas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que elegerá a partir deste ano as propriedades que estão dentro dos critérios do BPA. “Queremos melhorar essas fazendas e disseminar a intensificação. Observamos que os próprios colaboradores das propriedades já observam as mudanças. Afirmam que é outra forma de trabalhar”, ressalta Batista ao referir-se às técnicas de bem-estar animal praticadas nas fazendas modelos do Pecuária Verde.

A legalização da atividade pecuária no município, que viu a produção crescer exponencialmente a partir da década de 1990, será feita junto com redes do mercado de carne, como o Grupo Marfrig e a Walmart Varejo. Aumentar o número de propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) continua sendo um desafio. No caso de Paragominas, no período de 2010 a 2012, as propriedades registradas no CAR aumentaram de 550 para 1035.

O CAR, exigido para a regularização ambiental, tem se tornado uma importante ferramenta para o gerenciamento dessas propriedades, por facilitar o entendimento de informações como hidrografia, limites territoriais e áreas de aptidão agropecuária. O microzoneamento, orientado pela ONG The Nature Conservancy (TNC), inicia neste ano em São Félix do Xingu. Os trabalhos de adequação ambiental ajudarão a identificar a aptidão das áreas, para se são melhores para o desenvolvimento da agricultura, pecuária ou silvicultura. Dados como esses possibilitam que várias culturas sejam trabalhadas em uma mesma propriedade.

O estudo também auxiliará o trabalhador a solucionar problemas considerados rotineiros nas fazendas. A intensificação das pastagens, por exemplo, é uma das formas de combater a erosão do solo, causada normalmente pelo baixo desenvolvimento da cobertura vegetal e da pequena extensão das raízes das plantas utilizadas na atividade.

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