A Polícia Civil do Pará ainda não tem pistas que
possam levar a identificação dos pistoleiros que executaram a queima-roupa, na
tarde de quarta-feira, 27, o lavrador Enival Soares Matias. O crime ocorreu em
uma estrada vicinal que dá acesso ao assentamento PDS Esperança, localizado a
60km do município de Anapú, no sudoeste do estado, área de atuação da
missionária norte-americana Doroty Stang, assassinada em fevereiro de 2005.
Enival trafegava em uma motocicleta, quando foi abordado por dois homens em uma
motocicleta, sendo que o carona sacou uma arma e efetuou quatro disparos contra
a cabeça de Enival Soares, que teve morte instantânea.
Uma garota que viajava na garupa da motocicleta da
vítima, fingiu um desmaio na hora do crime, sendo que os pistoleiros foram
embora logo após cometer o homicídio. A testemunha, que tem apenas 12 anos,
está sob custódia do Conselho Tutelar de Anapú e será ouvida pela polícia na
manhã deste sábado, 30. A Polícia Civil
diz não acreditar que o crime tem ligações com questões agrárias. No entanto,
Enival Soares já havia recebido ameaças de morte e era ligado a Comissão
Pastoral da Terra, sendo autor de várias denúncias de grilagens de terra no PDS
Esperança, onde estava assentado há mais de seis anos.
Segundo o delegado Melquiesedeque Ribeiro, a vítima
já havia sido alvo de violência na região. "A casa dele foi queimada
aproximadamente um ano atrás, e ele também foi vítima de uma tentativa de
assalto", disse o delegado. Em nota divulgada ontem, a Comissão Pastoral
da Terra em Anapu divulgou uma nota confirmando que a casa do agricultor foi
incendiada no dia 01 de abril de 2011. Segundo a CPT, a casa da vítima foi
incendiada porque a mesma, a época, participou de um manifesto contra a
exploração ilegal de madeira no PDS.
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