Há cinco anos nascia em Paragominas um projeto audacioso, que mudaria a realidade do município. Em 23 de março de 2008, a Prefeitura local criava o Projeto “Paragominas Município Verde” que, entre outras coisas, tinha como meta retirar a cidade da lista dos municípios que mais desmatavam a Amazônia e combater o desmatamento ilegal na região. Naquele ano, o Pará estava em primeiro lugar no Ranking do desmatamento. Após dois anos de implantação do programa, o Pará deixou a primeira colocação e hoje ocupa a 3° posição, ficando atrás do Mato Grosso e Amazonas.
Essa meta não só foi alcançada como evolui em outros objetivos e hoje, o município comemora bons resultados ambientais e econômicos.
Para o prefeito de Paragominas, Paulo Tocantins, os cinco anos do projeto mostram o comprometimento do governo local e da sociedade principalmente, com a preservação do meio ambiente e da produção sustentável. “O projeto ‘Paragominas Município Verde’ não foi uma determinação da administração, mas uma necessidade do município e um comprometimento social, tanto que ele continua e colhendo bons frutos. Mais de 90 municípios em todo o estado seguem o modelo desenvolvido aqui e, temos certeza, que vamos avançar ainda mais e contribuir para que o Estado se torne cada vez mais responsável ambientalmente”, afirma Tocantins.
Há dois anos, no dia 23 de março de 2011, o governo do estado lançou o Programa Estadual Municípios Verdes (PMV), embasado no modelo de Paragominas. Em dois anos, o Pará atingiu a marca de 1699 km² de desmatamento, segundo dados oficiais do Ministério do Meio Ambiente, antecipando a meta de redução do desmatamento prevista no Programa Municípios Verdes para 2017, que planejava rebaixar o volume anual desmatado na faixa dos 1700 km², o que já foi alcançado em 2012.
Outro dado é o crescimento da área de plantio. Antes do projeto, os produtores, tampouco o município, conheciam a aptidão das áreas, quais serviam para a agricultura ou para a pecuária ou para o reflorestamento, por exemplo. Com esses dados em mãos, os produtores passaram a conhecer mais suas áreas. O resultado disso: o crescimento das áreas agricultáveis. Em 2008, por exemplo, na safra 2008/2009, foram plantados 35 mil hectares de grãos – soja, milho e arroz. Na safra de 2011/2012, esse número aumentou para 61 mil hectares e para esta safra, 2012/2013, a expectativa da Secretaria Municipal de Agricultura é que essa área ultrapasse os 75 mil hectares.
O pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo, aponta que o desmatamento continuará caindo nos próximos anos e aposta que a grande iniciativa que responderá por esse declínio da devastação é o Programa Municípios Verdes. “Em 2016, o desmatamento no Pará deve estar abaixo de 1.200 km². E, para 2020, esperamos não só chegar ao desmatamento ilegal zero, como fazer com que todo o desmatamento legal, a partir desse ponto, seja compensado com o reflorestamento”, acredita Veríssimo.
Até agora, os resultados são promissores: o desmatamento no Pará chegou a 1.700 quilômetros quadrados em 2012, o menor da história. Além disso, o registro de propriedade rural (definição de limites de propriedade) disparou de menos de 600 propriedades em 2009 para mais de 64.000 em 2012. Agora, quase 40% das propriedades rurais do Pará podem ser facilmente monitorados com imagens de satélite.
Antes da implantação do Projeto “Paragominas Município Verde”, o Ministério do Meio Ambiente criou a famigerada lista que apresentava 36 municípios que se caracterizavam por altas taxas de desmatamento baseadas por medição por satélite e pela a falta do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é um registro de georeferenciamento, que mede a topografia do terreno e identifica Áreas de Proteção Ambiental (APP) e áreas de Reserva Legal (RL). Paragominas ocupava a 23° posição desta lista.
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