Brasil é o primeiro mercado produtor e consumidor do mundo em perfumaria.
A região Amazônica receberá pela primeira vez o Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais. Em sua 7ª edição, o evento acontecerá na cidade de Santarém, no período de 15 a 18 de outubro de 2013 na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), trazendo o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação na Amazônia”. A realização é da UFOPA e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), através do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA).
O objetivo do encontro é discutir os aspectos da cadeia produtiva dos óleos essenciais, que são os óleos aromáticos utilizados em produtos cosméticos, alimentícios e medicinais - provenientes de plantas como lavanda, pau-rosa, eucalipto e limão -, bem como dos óleos vegetais, provenientes de plantas oleaginosas, tais como a andiroba e a castanha-do-pará. Em ambos os casos, o evento tem como foco o mercado final das indústrias de cosmética e perfumaria.
O simpósio reunirá empresários, pesquisadores, profissionais das áreas de química, biologia, farmácia, agronomia, engenharia florestal etc. e universitários de todo o país. “Serão discutidos os diferentes aspectos da ciência, da tecnologia e, mais ainda, da inovação, que envolvem a cadeia produtiva: como podemos transformar essa riqueza, que está dormindo, em produtos”, explica o Prof. Dr. Lauro Barata, coordenador do evento.
Segundo ele, o Brasil é o primeiro mercado produtor e consumidor do mundo em perfumaria, mercado este que cresce a taxas de 10% ao ano há 17 anos, e o terceiro em cosmética. Por sua vez, a Amazônia possui mais de 1.000 espécies de plantas com potencial para a produção de óleos aromáticos. Ainda assim, das cerca de 2.300 empresas de cosmética do País, o Pará possui apenas 11 e o município de Santarém não possui nenhuma.
A Amazônica enfrenta dois grandes problemas na área, como explica o professor. Um deles é o fato de o único óleo essencial, de fato comercial e exportado pela região, ser o de pau-rosa. A espécie se encontra em perigo de extinção, o que gera dificuldade em comercializá-la no exterior devido às limitações de legislação. Quanto aos óleos vegetais, em sua maioria produzidos por pequenas comunidades, o entrave está na falta de qualidade nos processos de produção, que não utilizam critérios aceitos pelas empresas.
A UFOPA, através do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Bioativos – PDBIO, desenvolve projetos que visam à solução desses problemas e à qualificação dos óleos. Um dos projetos visa a substituir o óleo da madeira do pau-rosa pelo óleo proveniente das folhas e galhos da planta. “Isso é um processo sustentável. Em vez de você derrubar, ao contrário, você planta árvores de pau-rosa. Estamos passando essa tecnologia desenvolvida por nós para pequenas empresas e comunidades para que eles possam usá-la”, informa Lauro Barata. Outro projeto está atuando junto a uma comunidade da Floresta Nacional (FLONA) do Tapajós, que no passado teve seu óleo de andiroba recusado por indústrias francesas. A ideia é levar tecnologia para que a comunidade qualifique o óleo vegetal, estimulando os pequenos produtores a continuar trabalhando no ramo.
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