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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

MP AVALIA OCUPAÇÕES EM ÁREAS DE CONFLITO


 
Área em disputa representa 12% do território de Almeirim, contabilizando 916.602 hectares

A promotora de Justiça Agrária de Santarém, Ione Missae da Silva Nakamura, reuniu-se esta semana  a com a equipe técnica do Instituto de Terra do Pará (Iterpa) e com o Grupo de Trabalho Interdisciplinar (GTI) do Ministério Público do Estado para avaliar os trabalhos da primeira fase de levantamento cadastral das ocupações das populações tradicionais e lotes individuais na região localizada entre os rios Paru e Jari, na área de conflito histórico que envolve as empresas Orsa Florestal S/A e Jari Celulose, Papel e Embalagens S.A e várias comunidades locais.

No auditório da promotoria de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público foi realizada a primeira reunião de avaliação dos trabalhos do Iterpa na área. Durante 4 horas, a promotoria de Justiça Agrária, com apoio do GTI, fez avaliações e ponderações sobre vários aspectos, principalmente no que tange a proteção das comunidades tradicionais, ribeirinhas e coletores de castanhas que usam e moram na região. A representante do Ministério Público Ione Missae argumentou junto com a Socióloga Heloisa Helena Feio Ramos da necessidade da presença de um profissional da área social na equipe do Iterpa que possa fazer as leituras sobre a ocupação territorial e modo de uso das comunidades tradicionais.

O representante do Iterpa, Daniel Lopes informou que neste primeiro momento a equipe realiza apenas uma varredura e um cadastramento para subsidiar as informações sobre a ocupação da área. Até o momento foram realizadas apenas nas áreas de lotes individuais onde não há presença de comunidades e ou populações tradicionais, com exceção da Vila do Recreio. Uma segunda abordagem foi sobre a necessidade de identificar com urgências as áreas para instalação das agrovilas que serão repassadas à administração pública, onde será de responsabilidade da Prefeitura local fomentar a construção de residências, escolas, postos de saúde e centros comunitários.

A Chefe de campo da equipe do ITERPA, Graça Martins informou que essa identificação tá sendo um grande problemas, pois a ocupação ao longo da estrada é bastante antiga, e não há disponibilidade de terras para instalação de agrovilas. No final Ione Missae informou que "haverá nos dias 11 a 13 de novembro a visita da promotoria em uma das áreas prioritárias no cadastramento, a realização na última semana de novembro da audiência pública nas cidades de Monte Dourado e Almeirim, com a presença da Ouvidoria Agrária Nacional e os órgãos de regulação fundiária, agrária e ambiental".

A área em disputa representa 12% do território de Almeirim, contabilizando 916.602 hectares, onde estão presentes aproximadamente 150 comunidades, agricultores familiares, ribeirinhos, pequenos e médios criadores de gado. Na disputa judicial entre os questionamentos sobre a validade ou não da titulação da terra por parte da empresa, a promotoria agrária da região de Santarém abriu um procedimento administrativo com objetivo de apurar os conflitos fundiários e agrários pelo modo e ocupação do uso da terra na região.

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