A
prefeitura do município de Pacajá, localizado às margens da transamazônica no sudoeste
paraense, oferece salário superior a R$ 40 mil reais para médicos. Mesmo assim, a municipalidade não consegue
completar o quadro mínimo de profissionais para atender a população. Segundo o
secretário municipal de Saúde, Antônio Carlos Lima, somente quatro médicos
trabalham na cidade de 39 mil habitantes e com extensão territorial de 11.832
km² –quase 1% do Estado do Pará –, segundo dados de 2010 do IBGE.
O
município precisaria de pelo menos dez profissionais para atender à demanda da
população, de acordo com o secretário, que tem formação em enfermagem. “Temos
quatro médicos, dois no hospital, que tem 30 leitos, e dois na UBS [Unidade
Básica de Saúde], mas a cidade tem mais seis UBSs que ficam sem médicos. Quando
é caso de urgência tem que procurar a unidade hospitalar”, informou.
Dois dos
profissionais citados pelo secretário chegaram à cidade pelo programa Mais
Médicos, em setembro. São médicas cubanas que atuam em unidades com estrutura
simples e sem telefone e que, de acordo com Lima, estão tendo muito trabalho na
localidade. “A população está aceitando muito bem o trabalho delas, não há
reclamações. Quem conversa com elas consegue compreender. Elas atendem umas 80
pessoas por dia”, disse Lima, que não quis revelar o nome das médicas.
O
município solicitou 13 médicos pelo programa federal, mas somente quatro foram
selecionados – além das cubanas, outros dois médicos devem começar a trabalhar
na cidade em 1º de novembro. No programa do governo federal, instituído por lei
sancionada nesta semana pela presidente Dilma Rousseff, os profissionais ganham
uma bolsa mensal de R$ 10 mil, além de auxílios moradia, transporte e
alimentação custeados pelo município onde vão atuar.
Segundo o
Ministério da Saúde, Pacajá não foi contemplada com todos os médicos
solicitados por não ter sido escolhida pelos profissionais que se inscreveram
no programa. Os médicos que se inscrevem no Mais Médicos podem escolher até
seis municípios em que gostariam de atuar, e os cubanos trabalham nas cidades
renegadas.
Pelo
município, os médicos que quiserem atuar nas UBSs, sem vínculo com o programa,
recebem pelo menos R$ 20 mil. Se forem trabalhar no hospital local, recebem
mais de R$ 40 mil. “Precisamos de mais médicos para melhorar o atendimento e
estamos buscando Precisamos
de mais médicos para melhorar o atendimento e estamos buscando mais, mas é um
processo. Com certeza vamos pedir mais para o governo”, disse o secretário.
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