Indígenas
temem que a Secretaria de Meio Ambiente do Pará conceda licença para maior
projeto de mineração de ouro do mundo.
Os índios Juruna da Volta Grande do Xingu enviaram à Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema) e ao Ministério Público Federal (MPF) pedido para que o projeto de mineração da Belo Sun Mining Co., do Canadá, não seja licenciado sem a consulta prévia, livre e informada que é obrigatória de acordo com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Os índios Juruna da Volta Grande do Xingu enviaram à Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema) e ao Ministério Público Federal (MPF) pedido para que o projeto de mineração da Belo Sun Mining Co., do Canadá, não seja licenciado sem a consulta prévia, livre e informada que é obrigatória de acordo com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O
pedido, assinado pela Associação Yudjá Mïratu, lembra que a população da Terra
Indígena Paquiçamba, assim como outros povos da região, já sofre o impacto
extremo da usina hidrelétrica de Belo Monte. Atingidos por uma das maiores
usinas hidrelétricas do mundo, nem os Juruna nem as outras populações que vivem
na Volta Grande do Xingu – ribeirinhos, agricultores, índios Arara – foram
consultados sobre o projeto pelo governo federal conforme determina a Convenção
169 da OIT.
A
Belo Sun Mining, de acordo com a propaganda da própria empresa, instalaria a
maior mina de ouro do mundo na mesma Volta Grande do Xingu. E mais uma vez não
houve nenhuma consulta aos povos atingidos.
“O povo indígena Juruna da TI Paquiçamba depende do rio Xingu para sua
sobrevivência física e cultural”, diz o pedido da associação. Para abastecer as
turbinas de Belo Monte um desvio vai retirar de 80% a 90% das águas do rio,
privando os moradores de sua fonte de subsistência.
Com
a mineração de ouro, outros impactos graves podem ocorrer, incluindo
envenenamento do ecossistema por substâncias como arsênico e cianeto,
subprodutos do tipo de extração que a Belo Sun planeja. “A grande dúvida é se a
Volta Grande do Xingu poderá sobreviver, assim como os povos que estão nela,
suportando os efeitos cumulativos e sinérgicos de dois empreendimentos de
extremo impacto como Belo Monte e Belo Sun”, explica o procurador da República
Ubiratan Cazetta. No caso de Belo Monte, o Ibama aceitou que a sobrevivência da
Volta Grande é uma incógnita e impôs um controle sobre a quantidade de água
desviada do rio pela usina, durante pelo menos seis anos, para observar a
reação do ecossistema e das populações.
No caso de Belo Sun, o Estudo de Impacto Ambiental foi aceito sem diagnósticos sobre os impactos nos indígenas – que são obrigatórios – e também sem menção à sobreposição de impactos com os de Belo Monte. “É preciso garantir o cumprimento da Convenção 169 da OIT com a realização da consulta prévia, livre e informada. Mas também é muito grave aceitar um projeto com lacunas tão importantes e esse grau de incertezas.
No caso de Belo Sun, o Estudo de Impacto Ambiental foi aceito sem diagnósticos sobre os impactos nos indígenas – que são obrigatórios – e também sem menção à sobreposição de impactos com os de Belo Monte. “É preciso garantir o cumprimento da Convenção 169 da OIT com a realização da consulta prévia, livre e informada. Mas também é muito grave aceitar um projeto com lacunas tão importantes e esse grau de incertezas.
A
Funai já se manifestou quando à necessidade dos estudos de impacto sobre os indígenas
e portanto devem ser apresentados e discutidos com os atingidos antes de
qualquer atestado de viabilidade do empreendimento, respeitando a Convenção
169”, diz a procuradora da República Thais Santi, que já recomendou à Sema que
não seja emitida nenhuma licença para a mineração antes de resolvidos os
problemas dos estudos.
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