As frentes de trabalho aproveitam o chamado “verão amazônico”
para concluir as obras até novembro deste ano, quando começa o período de
chuvas.
O Programa de Atividade
Produtiva das Comunidades Indígenas iniciou, no mês de setembro, a abertura de
roças para produção agrícola de subsistência nas aldeias atendidas pelo Projeto
Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI), executado pela Norte Energia
– empresa responsável pela instalação e operação da Usina Hidrelétrica Belo
Monte, no Pará. As frentes de trabalho aproveitam o chamado “verão amazônico” para
concluir as obras até novembro deste ano, quando começa o período de chuvas,
também considerado pelos indígenas ideal para o início do plantio.
Em alguns lugares, as
atividades utilizam o maquinário já disponibilizado às aldeias para a
realização de outras ações. É o caso, por exemplo, da Aldeia Bacajá, que
utiliza os mesmo tratores usados na construção de uma pista de pouso para
realizar o trabalho de abertura da roça. “Muitas vezes, a montagem dessa
infraestrutura para fazer as obras requer tempo e habilidade. Por isso é
importante realizar o máximo de ações possíveis com os equipamentos que hoje
encontram-se nas aldeias para outros serviços do programa de Infraestrutura do
PBA-CI”, explica o superintendente de assuntos indígenas da Norte Energia, Pedro
Bignelli.
Durante a primeira etapa do
trabalho, as aldeias passaram por um amplo diagnóstico para definir a vocação
agrícola em cada território. “Há quem plante milho, há quem plante mandioca e
há quem plante além da quantidade de subsistência. Tudo isso precisa ser
definido antes da abertura das roças”, ressaltou Bignelli. Dentro deste
processo de definições, a Norte Energia adquiriu tratores, escavadeiras e
roçadeiras para realizar um trabalho que dure muitas colheitas.
Algumas aldeias terão
a roça reconstruída. A falta de uso do solo permitiu a recomposição
parcial da floresta, fenômeno que os indígenas denominam de juquira. Em outras
o trabalho de abertura da roça será realizado desde o início do
processo. Uma empresa contratada pela Norte Energia será responsável pela
assistência técnica aos indígenas nos mesmos moldes que hoje a Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) oferece aos produtores rurais.
O principal objetivo de todo
esse trabalho está na retomada de um modo tradicional de sobrevivência,
historicamente utilizado pelos indígenas que vivem na região da Transamazônica
e do Xingu. “A intenção é aperfeiçoar as atividades agrícolas entre esses povos
para que, mais do que produzir alimentos para sobreviver, eles possam
aperfeiçoar e aumentar essa produção e transformar esta atividade em fonte de
geração de renda”, conclui Pedro Bignelli. O Programa de Atividade Produtiva
das Comunidades Indígenas é acompanhado de perto pela Fundação Nacional do
Índio (Funai), responsável, ainda, pela análise sobre todas as outras ações
implementadas pelo PBA-CI.
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