O extrativismo vegetal tem importância relativa na
composição da dieta alimentar e na complementação de renda para milhares de
famílias de pequenos agricultores.
As experiências com ações de
apoio ao extrativismo vegetal na região da Transamazônica e Xingu foram o tema
de um seminário organizado pela Norte Energia, empresa responsável pela
instalação e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte, esta semana, em
Altamira. Atividade prevista no Programa Básico Ambiental de Belo Monte – PBA,
o Projeto de Reestruturação do Extrativismo Vegetal tem como foco o apoio à
recuperação do setor, que após anos de degradação, busca alternativas
sustentáveis para se reerguer.
Entre os principais
parceiros que já atuam na região com ações voltadas para a criação de uma rede
de apoio ao extrativismo estão o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará
(Ideflor), Fundação Viver Produzir e Preserva (FVPP), Instituto de Pesquisas
Ambientais da Amazônia (Ipam), Instituto Socioambiental (ISA) e a Universidade
Federal do Pará (UFPA).
O projeto vai mediar as
relações entre setores do governo e instituições e as populações da
Transamazônica e do Xingu. A ideia é oferecer assistência técnica e orientação,
a exemplo do que aconteceu em 2012 com a Cooperativa dos Oleiros de Altamira. A
organização do grupo permitiu a comercialização dos produtos (telhas e tijolos)
dentro de uma padrão nacional de qualidade. “São ações pontuais e que tentam
mudar, para melhor, hábitos, além de atuar na correção de desigualdades
históricas” lembrou Paulo Sérgio, gerente socioeconômico da Norte Energia.
Prática usual na região, o
extrativismo vegetal tem importância relativa na composição da dieta alimentar e
na complementação de renda para milhares de famílias de pequenos agricultores,
no estado do Pará. De acordo com a especialista Maria Lucimar, coordenadora de
programas do Ipam, a histórica exploração artesanal dos recursos naturais na
Transamazônica e no Xingu já não atende, com a mesma eficácia, às necessidades
das famílias da região. “Sem apoio, muitas famílias perderam contas importantes
porque não conseguiram atender aos pedidos. Produção em larga escala ainda é um
sonho desse setor”.
Região produtora de seringa,
de móveis artesanais com refugo (descarte) de madeira, produtos alimentícios
como castanha, farinha e o mel, o Xingu ainda desperta interesse do mercado de
cosméticos pelos produtos fabricados à base de copaíba e andiroba – espécies
nativas e em grande abundância na região. “Com o trabalho que já vem sendo
realizado pelas instituições e o apoio na logística e na organização desses
produtores, o setor tem tudo para se recuperar, crescer e prosperar”, destacou
Cleber Silva, da FVPP. Em 2012, comunidades extrativistas da região do Rio
Iriri e do Riozinho do Anfrísio foram responsáveis pela exportação de seis
toneladas de borracha nativa e quase 32 toneladas de castanha.
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