O Ibama embargou 15,8 mil
hectares de desmatamentos ilegais, desde o início da Operação Onda Verde, em
fevereiro, no Pará. A área equivale a quase o tamanho da cidade de Natal, no
Rio Grande do Norte. Nas quatro frentes de fiscalização no estado, os agentes
federais ainda aplicaram R$ 77,6 milhões em multas, apreenderam 18,1 mil metros
cúbicos de madeira (cerca de 730 caminhões cheios), quatro caminhões, quatro
tratores, oito balsas e cinco empurradores. "Estamos no meio do novo
período de medição do desflorestamento na Amazônia, cujo calendário começou em
agosto de 2012 e vai terminar em julho de 2013. Estas regiões onde o Ibama atua
apresentaram alertas de desmatamento significativos, estão liderando o processo
de degradação da floresta no Pará e serão penalizadas", explica o superintendente
do Ibama no Ibama no Pará, Hugo Américo.
Os embargos aplicados pelo
Ibama nas frentes da Onda Verde em Anapú, Uruará, Novo Progresso e, mais
recentemente, Santana do Araguaia, além de cessarem o avanço dos desmates em
cada área fiscalizada, impedem que os posseiros obtenham a regularização
fundiária das terras que reivindicam. "Mas também prejudicam os municípios
porque a destruição das florestas os levam à lista dos maiores desmatadores do
Ministério do Meio Ambiente, trazendo sanções como o corte dos financiamentos
oficiais", diz Hugo.
No caso de Santana do
Araguaia, a primeira frente da Onda Verde no sudeste paraense, o município
deixou a lista dos campeões em desmatamento ano passado. Com a medida,
passou a ter prioridade em ações de incentivo econômico e fiscal, planos,
programas e projetos da União, principalmente os relacionados à consolidação da
produção florestal. "Mas se o município não mantiver os avanços, pode
retornar à lista. É necessário o envolvimento de todos para garantir os avanços
já conquistados", defende o superintendente.
A Onda Verde em Santana
conta com apoio de fiscais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema/PA).
Em 20 dias de fiscalização, o Ibama já aplicou R$ 3,9 milhões em multas e
identificou um plano de manejo florestal fraudulento envolvido em esquemas para
esquentar madeira ilegal na região. Além de embargado, o empreendimento
florestal teve os 3,1 mil metros cúbicos de créditos de madeira que movimentou
irregularmente estornados no Sisflora.
No oeste paraense, o Ibama combate
principalmente os danos ambientais provocados pela pecuária ilegal, em Novo
Progresso, e pela exploração irregular de madeira, em Anapú e Uruará. Nestas
regiões, que lideram as apreensões de madeira ilegal, o instituto já realizou
doações sumárias de cerca de cinco mil m³ de toras para pequenos produtores
rurais de Pacajá, Anapú e Senador José Porfírio; 900 m³ para a prefeitura de
Uruará e dois mil m³ para a organização benemérita Cáritas, em Belém. A madeira
doada pelo Ibama deverá ser aplicada em ações sociais, conforme os projetos
apresentados pelas entidades ao instituto.
As equipes de fiscalização
da Onda Verde, que contam com apoio de helicópteros, homens do Batalhão de
Polícia Ambiental e Força Nacional, prosseguem sem interrupção no Pará até o
final de 2013. Novas frentes poderão ser montadas em outros municípios, de
acordo com os resultados dos alertas de desmatamento do sistema Deter, programa
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com o Ibama que
monitora por satélite a Amazônia Legal.
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