Embarcação deixou a cidade de estreito, no Maranhão, no
dia 19 de abril, permanecendo por 9 dias navegando no rio Tocantins
Depois de passar por várias
cidades, a balsa de buriti construída para refazer o trajeto de antigos
comerciantes, finalmente chegou a Marabá na tarde de sábado, 27. A viagem foi
organizada pela Casa da Cultura de Marabá, em homenagem aos cem anos do
município. A balsa deixou a cidade de estreito, no Maranhão, no dia 19 de
abril, permanecendo por 9 dias navegando no rio Tocantins. A aventura remonta
os idos de 115 anos atrás, quando uma pequena balsa de buriti, construção comum
na região pelo fácil acesso a matéria-prima e simplicidade na montagem do
projeto, cruzou os rios da região em busca de novos lugares para comércio. A
região conhecida como Burgo do Itacaiúnas, hoje, Marabá, foi o lugar escolhido
para aportar.
Neste sábado, 27, diante um
público numeroso e emocionado, outra balsa aportou novamente, em frente à
Colônia de Pescadores, no bairro Santa Rosa, desta vez em homenagem ao
Centenário da cidade. Era a concretização de um projeto que visava refazer o
caminho dos pioneiros em uma embarcação com as mesmas características da balsa
original, construída do mesmo modo artesanal que aquela do início do século
passado. A Fundação Casa da Cultura desenvolveu a ideia da balsa em sua
composição original.
O professor e presidente da
Casa da Cultura, Noé von Atzinger comentou as dificuldades encontradas para a
execução do projeto. “Tivemos momentos difíceis, quanto ao material para a
construção da balsa, já que os buritizais foram sendo destruídos e quase
ficamos sem matéria-prima. Outra grande dificuldade foi a confecção do barco.
Como é um modelo antigo, que não se constrói hoje, tivemos que procurar os
antigos construtores de embarcações para nos ajudar, relembrar e dar dicas na
etapa de construção”. Disse Noé ressaltando que em todo o trajeto, o momento
mais difícil foi a passagem da Cachoeira de Santo Antônio, um local onde as
ondas alcançam facilmente um metro de altura, com pedras grandes e travessia difícil,
executada apenas por profissionais experientes.
O prefeito de Marabá, João
Salame acompanhou a chegada da balsa, parabenizou os participantes da expedição
do Centenário e frisou a importância da preservação da história de Marabá e região.
”Uma cidade que não honra seu passado, não tem estrutura para avançar para o
futuro. É importante que a população compreenda a dificuldade do início da
cidade, a fragilidade das embarcações nas quais os pioneiros chegavam aqui e
que, apesar das dificuldades, não desistiram”. Disse o gestor.
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