No total,
cerca de cem madeireiras no Pará recepcionaram os créditos indevidos de esquema
fraudulento.
O Ibama identificou uma movimentação indevida de 64
mil metros cúbicos de créditos de madeira serrada (o equivalente a 3,2 mil
caminhões cheios), nestas últimas duas semanas, enviados em massa e de forma
fraudulenta por serrarias em cinco diferentes estados para abastecer
madeireiras no Pará. Vinte e sete empresas paraenses envolvidas no esquema,
cujo objetivo era esquentar madeira ilegal explorada nas florestas protegidas
do estado, tiveram hoje o acesso aos sistemas eletrônicos federal DOF e
estadual Sisflora/PA bloqueados pelo instituto, e não poderão mais negociar
produtos florestais no país.
No total, cerca de cem madeireiras no Pará
recepcionaram os créditos indevidos do esquema e também poderão ter o acesso ao
mercado bloqueado nos próximos dias. As empresas envolvidas, além das multas,
que até o momento somam R$ 10 milhões, serão denunciadas ao Ministério Público
por formação de quadrilha, fraude nos sistemas oficiais de administração
ambiental e crimes fiscais. Essa é a maior operação de envio de créditos
virtuais interestadual, ou seja, entre os sistemas eletrônicos DOF e
Sisflora/PA, flagrada nos últimos anos pelo Ibama, segundo os analistas
ambientais envolvidos nas auditorias que identificaram as irregularidades.
As transações fictícias, que não envolviam de fato
o transporte da madeira serrada para o Pará, ocorreram entre primeiro de março
e 10 de abril. Os créditos virtuais saíam de contas no DOF de serrarias
localizadas nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins,
os quais recebiam créditos dos estados do nordeste, sudeste e sul do país, num
sistema de triangulação. Em seguida, entravam nas contas no Sisflora/PA das
madeireiras que, assim, podiam emitir Guias Florestais fraudadas para
"legalizar" a madeira irregular que já possuíam. "Era uma
rota absurda porque o Pará é um estado produtor, rico em florestas, não tem
sentido vir madeira de fora", explica o chefe da Fiscalização do Ibama no
Pará, Paulo Maués.
O grosso do volume entrou primeiro em quatro
empresas do Pará que espalharam os créditos no mercado. Principalmente para
esquentar madeira irregular na região de Paragominas e Novo Progresso.
"Uma parte dos créditos já foi utilizada para mandar madeira esquentada
para todo o Brasil e houve inclusive exportação. Mas já retiramos cerca de 20
mil metros cúbicos do mercado e vamos obrigar os envolvidos a estornarem todo o
total recebido ilegalmente", afirma Maués.
Não entendo porque não divulgam os nomes das madeireiras.
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