Trata-se de
espaços onde as tradições, as danças, o folclore e o conhecimento tradicional
serão fortalecidos e expandidos.
A
Empresa Norte Energia, responsável pela instalação e operação da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte, planeja construir “Casas de Memória”, para resgatar
a história cultural dos povos que habitam a transamazônica e o Xingu. Trata-se
de espaços onde as tradições, as danças, o folclore e o conhecimento
tradicional serão fortalecidos e expandidos mundo afora.
O início desse trabalho
começa com a reunião de todos os envolvidos no processo cultural da região.
Pessoas como Maria Djanira, que ganha a chance de compartilhar com outras
pessoas, histórias contos e lendas repassados pelos pais, num futuro já
distante, em Vitória do Xingu. “Os pais de hoje sabem das histórias, mas os
adolescentes, não. Tenho coisas guardadas na memória, anotadas no caderno. E
Esse projeto vai me ajudar com que tudo isso não se perca”.
Ela integrou o grupo de 80
pessoas que participaram da III Oficina Participativa do Projeto de Valorização
Multicultural. O evento, mantido pela Norte Energia por meio da subcontratada
Scientia, contou com representante de Altamira, Vitória do Xingu, Senador José
Porfirio, Brasil Novo e Anapu. Esta foi a terceira de uma série de encontros
que serão realizados até a consolidação da construção das Casas de Memória.
Para o historiador Ivair Lessa, que também participou do encontro, o debate
entre diferentes agentes dessa memória cultural pode ajudar a manter vivas
tradições hoje pouco valorizadas, dada a mistura cultural existente na região.
“Projetos como este ajudam a resgatar informações importantes, já quase
perdidas no tempo. E só quem ganha com isso é a sociedade”.
O trabalho de valorização da
cultura e da memória nos municípios da Transamazônica e do Xingu está entre as
ações previstas no Projeto Básico Ambiental (PBA), que lista uma série de ações
compensatórias nas áreas de educação, meio ambiente, saúde e responsabilidade
social entre os municípios da área de influência da barragem. “As Casas de
Memória vão reunir o acervo histórico dessas cidades e pessoas. Na verdade,
reunir o que elas têm de mais importante, que são suas histórias”, finalizou
Carlos Eduardo Caldarelli, coordenador da Scientia.
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