Raimundo
Cunha não apresentou prestação de contas da aplicação dos recursos federais
recebidos em decorrência do Convênio.
A
Justiça Federal condenou o ex-prefeito de Muaná, Raimundo Martins Cunha, por
improbidade administrativa na utilização de verbas federais repassadas através
de convênio no valor de 500 mil reais com o Ministério da Defesa para a
construção de galpão para a realização do Festival do Camarão. A sentença
acolhe a ação civil pública de improbidade administrativa proposta pelo
Ministério Público Federal (MPF) em 2009.
O
Juiz Federal José Flávio Fonseca de Oliveira sentenciou o ex-prefeito a
suspensão dos direitos políticos, proibição de contratar com o poder público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais por cinco anos e multa. De acordo com
o texto da sentença ficaram comprovadas as seguintes irregularidades: ausência
de depósitos de contrapartida, falta de atesto de execução dos serviços nas
notas fiscais, recolhimento de taxas bancárias indevidas, usos dos rendimentos
sem autorização, realização de pagamento após a vigência do convênio,
inconsistência decorrente da execução da obra.
Essas
irregularidades foram comprovadas por uma Tomada de Contas Especial instaurada
pelo Ministério da Defesa. De acordo com o Tribunal de contras da União (TCU) o
ex-prefeito não apresentou prestação de contas com a finalidade de comprovar a
efetiva aplicação dos recursos federais recebidos em decorrência do Convênio,
repassadas para a prefeitura de Muaná em 2006. Considerando as atualizações
monetárias e os acréscimos legais, calculados a partir da data do repasse das
verbas até a efetiva quitação do débito, o valor atualizado até 29 de abril de 2009
já era de mais de R$ 760 mil.
O
ex-prefeito apresentou, após a tomada de contas especial, documentos a fim de
tentar realizar a prestação de contas. Entretanto os documentos apresentados
foram considerados, pela União, insuficientes para justificarem o uso dos
recursos federais, o que demonstra as irregularidade das contas. Na sentença o
juiz entendeu que essa tentativa de prestação de contas intempestiva reforça a
sua omissão e caracteriza a improbidade administrativa. Raimundo Martins Cunha
foi prefeito de Muaná de 2005 a 2012.
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