A empresa Norte Energia,
responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte está utilizando
técnicas combinadas de telemetria acústica e de rádio para pesquisar os
movimentos de espécies de peixes migradores do rio Xingu: o “Projeto de
Biotelemetria de Peixes”. Inédito na América do Sul, o projeto é fruto de uma
parceria com a Neotropical Consultoria Ambiental e tem por objetivo principal
conhecer a migração e identificar alterações no comportamento de quatro
espécies de peixes antes e depois da construção da UHE Belo Monte. As espécies-alvo são
o curimbatá (Prochilodus lineatus), o pacu-de-seringa (Myleus rhomboidalis), a
pirarara (Phractocephalus hemiliopterus) e o surubim (Pseudoplatystoma
reticulatum).
Na pesquisa, peixes são
capturados por pescadores experientes em duas áreas no rio Xingu – a montante e
a jusante do sítio Belo Monte – e submetidos ao implante de transmissores
combinados através de processo cirúrgico realizado às margens do rio Xingu.
Após a soltura, os transmissores implantados nos peixes passam a emitir sinais,
um de rádio e um de acústica, que são captados por antenas aéreas ou receptores
subaquáticos, distribuídos no rio Xingu e afluentes. Além disso, como
complemento aos dados obtidos pelas denominadas “bases fixas” ou “zonas de
detecção”, durante quatro meses ao ano, são realizados rastreamentos móveis por
barco ou avião, em uma extensão de aproximadamente 800 km do rio Xingu.
O projeto teve início em
fevereiro deste ano e é parte integrante do “Programa de Monitoramento da
Ictiofauna da UHE Belo Monte”. Apesar de recente, 190 peixes já foram marcados
e estão sendo rastreados pelos pesquisadores.
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