EXCELÊNCIA EM QUALIDADE

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segunda-feira, 4 de março de 2013

PESCADORES PARTICIPAM DE CURSO DE MERGULHO PROFISSIONAL EM ALTAMIRA


Durante três dias, professores e alunos se revezaram em atividades teóricas e práticas nas águas do rio Xingú.

A empresa Norte Energia, responsável pelas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, realizou esta semana em Altamira, o Curso de Mergulho Profissional Nível I , que contou com a participação de 20 pescadores da região e três militares do Corpo de Bombeiros de Altamira. Durante três dias, professores e alunos se revezaram em atividades teóricas e práticas que começaram nas piscinas do Xingu Praia Clube e terminaram na água corrente do rio Xingu. Atualmente, um curso de mergulho custa entre R$ 1.500,00 e R$ 2.000,00, sendo que o mais próximo de Altamira é realizado em Fortaleza (CE).

Com a iniciativa, a renda média de R$ 1.800,00 mensais de quem vive da captura e da venda do Acari na região tende a melhorar diante das novas oportunidades que vão surgir. A carteira de “Mergulhador Profissional” entregue ao final do curso também representa mais trabalho para os ribeirinhos da região. “Quando precisarem de mergulhador na região já tem a gente aqui, né?!”, concluiu o pescador Nonato Gomes, de Vitória do Xingu. O Curso de Mergulho Profissional está entre os nove cursos que serão realizados para os pescadores da região.

A iniciativa faz parte do PBA (Projeto Básico Ambiental) - documento que lista uma série de atividades compensatórias para a região da Transamazônica e do Xingu. O próximo será sobre pilotagem de embarcações e está previsto para começar em meados de abril. A prática do mergulho é uma ocupação voltada normalmente para o turismo. Mas na região do Xingu, os instrutores adaptaram essa atividade para a pesca ornamental, trocando os cilindros de ar comprimido por compressores. “Além disso, é impressionante como eles conseguem vencer a correnteza (do Xingu) sem nadadeiras. É uma prova da adaptação ao meio ambiente muito interessante”, explica Eduardo Franklin, instrutor e coordenador do curso.

Essas adaptações contam ainda com a instalação de filtros na saída desses compressores para melhorar a qualidade do oxigênio inalado durante os mergulhos. Além disso, os participantes também aprenderam a calcular o tempo exato entre mergulho e retorno à superfície, com paradas descompressivas de segurança, além de noções para aperfeiçoar o nado e uso de roupas as mais adequadas possíveis. Tudo para garantir a integridade física dos mergulhadores.Pelo menos seis pescadores que participaram do curso já apresentaram, no passado, problemas de saúde por conta da descompressão inadequada, ou seja, quando sobem muito rapidamente à superfície depois de terem passado determinado tempo no fundo do rio. “Colocar sangue pelo nariz é o principal deles. Mas é preciso entender que isso é o início de problemas mais graves, como a ‘narcose por nitrogênio’ ou mesmo a ‘doença descompressiva’, que pode levar à paralisia parcial e à morte”, explica Eduardo.

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