O penúltimo dia de trabalho antes do recesso de fim de
ano nas obras de Belo Monte foi de festa. Centenas de trabalhadores do sítio
Pimental se reuniram no final de semana para comemorar a conclusão da
ensecadeira – estrutura que desvia parte do rio para que as máquinas trabalhem
em área seca. Em Pimental será construída a casa de força auxiliar da Usina
Hidrelétrica Belo Monte e o vertedouro. Além da competência, a conclusão do
projeto celebra também a superação da equipe com a antecipação dos prazos, já
que a primeira estimativa era de que a obra fosse concluída no início de 2013. “Com
essa meta atingida (conclusão da ensecadeira), o coração de Belo Monte começou
a bater”, resumiu o diretor de Construção da Norte Energia, Antônio Kelson.
As ensecadeiras são barragens provisórias moldadas com
aterro compacto. Em Pimental, foram construídas duas ensecadeiras: a de
montante (de onde a água vem) possui 1.200 metros de extensão. Já a ensecadeira
de jusante (para onde a água vai) possui 1.300 metros de comprimento. De acordo
com a Diretoria de Construção, seguir o calendário de andamento das obras
representa manter um compromisso “Todos se esforçaram bastante. Hoje nós
podemos afirmar que 18 milhões de residências em todo o país terão energia no
prazo”, declarou Kelson.
Paralelamente a esse trabalho, a Norte Energia realiza
o resgate de peixes e de animais que habitam a área de influência das
ensecadeiras. Cerca de 180 profissionais atuam intensamente para garantir a
sobrevivência das várias espécies e a reprodução dos cardumes que habitam o
Xingu, cuja reprodução estará garantida com a construção da “escada de peixes”
– sistema que vai permitir o fenômeno conhecido como “subida da piracema”.
A construção das ensecadeiras não trouxe prejuízo na
navegabilidade no Xingu devido à construção do Sistema de Transposição de
Embarcações (STE). O sistema funciona como espécie de guincho que iça e
atravessa pequenas embarcações por cima da barragem feita no local. O mecanismo
será utilizado tanto na fase atual de construção, enquanto o rio flui
livremente, quanto no futuro, quando a usina estiver em pleno funcionamento.
“Belo Monte veio para resolver! Em momento algum a obra vai interromper os
ciclos de vida nessa região”, conclui o diretor Antônio Kelson.
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