Pauta atende
aos pleitos de representantes da Associação dos Produtores rurais sem-terras
ligados à Fetagri.
A Ouvidoria Agrária Nacional realiza na manhã de hoje
em Brasília, a 417ª reunião da Comissão Nacional de Combate à Violência no
Campo, que deverá definir, entre outros temas, um impasse que já perdura há
vários anos na disputa pela propriedade denominada fazenda Cristalino, situada
na zona rural do município de Santana do Araguaia, no sul do Pará. O Ouvidor Agrário do Tribunal de Justiça do
Pará, desembargador Otávio Marcelino Maciel participará da reunião que acontece
às 10 horas, no gabinete do presidente do Incra, Carlos Mário Guedes de Guedes,
no edifício Palácio do Desenvolvimento, prédio sede do Incra.
A sessão será presidida pelo Ouvidor Agrário
Nacional e Presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, des.
Gercino José da Silva Filho e a pauta atende aos pleitos de representantes da
Associação dos Produtores rurais sem-terras ligados à Fetagri, ao STR de
Santana do Araguaia e Associação dos Pequenos e Médios Produtores Rurais dos
Retiros de 01 a 15, conforme encaminhamento registrado no item 29 da ata da
408ª reunião da Comissão, realizada no mês de novembro em Redenção.
Em meados de agosto do ano passado, um grupo de
colonos que possui lotes de terras dentro da Fazenda Cristalino, localizada no
município de Santana do Araguaia, a 225 quilômetros de Redenção, procurou a
Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) para denunciar ter sido alvo de
intimidações por parte de pistoleiros que estariam agindo dentro daquela área. A
denúncia foi feita pelo presidente da associação que representa os colonos
assentados na fazenda, Sidnei Borges Júnior. Segundo ele, um grupo formado por
cerca de 10 homens armados invadiu o assentamento e ateou fogo em quatro
barracos. “A gente estava deitado e quando saímos os barracos estavam pegando
fogo”, disse Júnior. Ele acredita que a ação partiu de homens a mando de
grileiros que também reivindicam a posse da Fazenda Cristalino.
De acordo com Júnior, o assentamento na
Fazenda Cristalino possui 52 mil hectares de terras e é dividido em grandes 15
retiros, que formam lotes de 20 alqueires cada. No local, estão assentadas 482
famílias que, segundo ele, foram levadas para lá com o apoio e incentivo do
Incra de Marabá, em julho de 2008. Os colonos reclamam que nos últimos três
anos o Incra nunca vistoriou a área, o que torna a situação ainda mais
complicada, já que ninguém tem certeza se ficará mesmo com a terra, enquanto isso,
ainda segundo Sidnei Júnior, pistoleiros intimidam os colonos a qualquer hora
do dia ou da noite.
Procurada pela reportagem de O Liberal
na tarde de ontem, a empresa Agro Santa Barbara, que detém a propriedade da
área, declarou que não foi convidada para a reunião de hoje em Brasília. “É
estranha a discussão da desapropriação
da Fazenda Cristalino tendo em vista a decisão de impossibilidade de a desapropriação
ser realizada, conforme decisão já publicada
no Diário Oficial”. Afirmou em nota a empresa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário