Movimentos sociais afirmam que existem graves
irregularidades cometidas durante o processo de licenciamento, apontando grave
insegurança jurídica, econômica e energética.
O anúncio da liberação de R$
22,5 bilhões para a construção de Belo Monte, feito pelo BNDES na segunda, 26,
levou nove organizações da sociedade civil a enviar uma representação a Justiça
Federal no sentido de solicitar medidas jurídicas que impeçam o repasse do
empréstimo enquanto as inúmeras pendências sociais, ambientais e jurídicas do
projeto não forem sanadas. De acordo com as entidades, o financiamento de Belo
Monte pelo BNDES fere uma série de normas legais e do próprio banco, uma vez
que o projeto, além das graves irregularidades cometidas durante o processo de
licenciamento e no cumprimento das condicionantes sociais, ambientais e
indígenas, sofre de grave insegurança jurídica, econômica e energética.
Em nota divulgada na
quarta-feira, 28, o Movimento Xingu Vivo para Sempre lista as principais
salvaguardas do BNDES que não foram consideradas pelo Banco nos tramites de
financiamento de Belo Monte. “Nenhum dos critérios sociais e ambientais do
próprio BNDES foram aplicados para liberar dinheiro pra usina. O banco ainda
diz que parte dos recursos deverá ser usada em mitigação de problemas. Isso é
conversa, ninguém garante que esse dinheiro vai minimizar o sofrimento dos
atingidos, já que até agora praticamente todas as promessas da Norte Energia
feitas aos índios, ribeirinhos e agricultores foram descumpridas. O BNDES já
repassou mais de três bilhões pra Belo Monte sem nenhuma análise de risco, e
veja a situação desastrosa da população da região, do desmatamento e da falta
de estrutura em Altamira”, afirma Antônia Melo, coordenadora do Movimento.
Assinam a representação o
Movimento Xingu Vivo para Sempre, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos
Humanos, Comitê Metropolitano, Xingu Vivo para Sempre, Justiça Global, Rede
Justiça nos Trilhos, Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul/PACS,
Núcleo Amigos da Terra Brasil, Instituto Mais Democracia e Conselho Indigenista
Missionário (CIMI).
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