EXCELÊNCIA EM QUALIDADE
domingo, 7 de julho de 2013
ESTUDO APONTA SÉRIOS IMPACTOS AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE MARABÁ
Em setembro de 2007 foi feita a primeira visita à área que será atingida pela inundação juntamente com técnicos do Ibama.
Com investimento de cerca de R$ 12 bilhões, a futura Hidrelétrica de Marabá será mais do que uma geradora de energia. O empreendimento causará 36 impactos no meio físico, 41 no meio biótico e 65 socioeconômicos. Esses dados fazem parte do Estudo de Impactos Ambientais realizados por uma empresa contratada pela Eletronorte e Camargo Correa, que têm interesse na construção da hidrelétrica.
Os dados foram apresentados durante a segunda reunião da Comissão Municipal de Estudo da Hidrelétrica de Marabá, ocorrida esta semana na Câmara Municipal de Marabá. Além dos representantes locais, participaram Antônio Coimbra, superintendente de Meio Ambiente das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Eletronorte); Bruno Payolla- Eletrobras/Eletronorte; Letícia Santos Masini, engenheira, e Ana Cristina Ablas, economista, da CNEC Worleys Parson, empresa que realizou o EIA-RIMA. Essas duas últimas fizeram as explanações do dia e revelaram alguns detalhes do estudo.
Antônio Coimbra explicou que, conforme a legislação nacional, a responsável pela qualidade e veracidade dos estudos é a própria empresa, que por isso não pode deturpar os resultados, sob pena de incorrer em artigos de crimes ambientais e serem responsabilizados. "Eles tiveram total autonomia nos resultados propostos e apresentados", garantiu o superintendente da Eletronorte. A economista Ana Cristina apresentou parte dos resultados do EIA/RIMA, e disse que a sua especialidade é o socioeconômico, mostrando o que as pessoas da região fazem e do que vivem. Ela ressaltou que em setembro de 2007 foi feita a primeira visita à área que será atingida pela inundação juntamente com técnicos do Ibama e, em 2009, houve uma reunião com os prefeitos dos 12 municípios que serão atingidos, inclusive o de Marabá.
De novembro de 2009 a abril de 2011 foram realizados estudos de campo, e em março de 2013 foi feita a entrega do EIA/RIMA consolidado ao Ibama, exceto o componente indígena. Como exemplo de que o estudo foi feito de forma criteriosa, ela revelou que eles renderam 24 volumes apenas de textos, além de outras 168 de mapas e o Eia Rima. Segundo ela, na área diretamente afetada (ADA), foi realizado um cadastro das áreas rurais e um levantamento dos terrenos, além de elaborado um pré-cadastro fundiário, pesquisa socioeconômica censitária e pesquisa amostral. Foi levantada, durante um ano, a quantidade de pessoas nas áreas, renda.
O estudo mostrou que há 2.239 imóveis rurais na área de influência da hidrelétrica em Marabá, onde vivem 4.459 pessoas. Dos imóveis na área urbana que serão afetados são 1.319 e, onde residem 3.429 indivíduos. Essas pessoas, mostra a pesquisa, vivem em condições precárias de saneamento básico, a coleta de lixo só ocorre em metade das residências; o acesso a rede de água e energia elétrica existe na maioria das casas; mas há o drama da baixa escolaridade da população. Foram identificadas 542 pessoas que trabalham como barqueiros e 268 que atuam como barraqueiros.
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