As ameaças chegaram ao
conhecimento do magistrado Jonatas Andrade através de dois advogados que foram
contratados por 9 trabalhadores para atuar em processos contra o fazendeiro. De acordo com o relato dos advogados, dias
depois de contratar os serviços advocatícios os clientes desistiram das ações,
alegando que foram ameaçados de morte por “Delsão”.
Segundo as denúncias,
registradas no cartório do TRT de Marabá, há cerca de um mês atrás, cerca de 40
trabalhadores moveram uma Ação Trabalhista contra a empresa pertencente ao
pecuarista, ocasião em que Décio Barroso teria afirmado que mandaria matar o
líder dos trabalhadores reclamantes, o advogado Romoaldo Oliveira, que
ingressou com a Ação e o juiz Jonas dos Santos Andrade.
Décio José Barroso Nunes, o
“Delsão”, é réu em um processo que tramita na comarca de Rondon do Pará,
acusado de ser o mandante do assassinato do sindicalista “Dezinho”, presidente
do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município. O crime, ocorrido em
dezembro de 2000, teve repercussão internacional. Até hoje, a viúva de Dezinho,
a sindicalista Maria Joel, e várias entidades lutam para que o fazendeiro seja
levado a julgamento. O caso ganhou repercussão nacional e várias associações de
classe já manifestaram seu apoio, estando em curso investigações das polícias
federal e civil, visando coibir qualquer ação ofensiva contra o magistrado.
Vencedor do Prêmio Nacional
de Direitos Humanos em 2012, concedido pela Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, em razão de sua trajetória no combate ao trabalho
escravo, o juiz Jônatas Andrade foi um dos idealizadores do Grupo
Interinstitucional de Erradicação do Trabalho Escravo (GAETE), que tem entre
seus integrantes a Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho (MPT),
a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a Polícia Federal, o
Ministério Público Federal (MPF), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a
Organização Não Governamental Repórter Brasil, entre outras instituições.
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