A
Justiça Federal no Pará determinou a suspensão imediata dos cursos promovidos
pelo Instituto de Educação e Tecnologia de Paragominas (Ietep) que concedem ou
prometem conceder diplomas de nível superior. Apesar da empresa não estar
autorizada a realizar cursos de graduação, vem colocando alunos e ex-alunos no
mercado de trabalho. A decisão, da juíza federal Lucyana Said Daibes Pereira,
aumenta para 12 o número de instituições no Pará que nos últimos dois anos e
meio foram suspensas ou que se comprometeram a não oferecer cursos de nível
superior porque não estão credenciadas no Ministério da Educação (MEC).
A
Justiça também determinou que o Conselho Regional de Educação Física da 8ª Região
(CRF8) apresente, dentro de 15 dias, todas as inscrições deferidas pelo
conselho em 2012 e 2013 a alunos do Instituto de Ensino Superior Múltiplo
(IESM), do município de Timon, no Maranhão. De acordo com investigações do
Ministério Público Federal (MPF) realizadas desde dezembro de 2012, o Ietep fez
parceria com o IESM para tentar dar uma aparente legalidade à expedição dos
diplomas.
O
IESM também terá 15 dias para apresentar relação de alunos diplomados desde
2011. Os prazos começam a contar assim que as instituições forem oficialmente
notificadas. Em caso de descumprimento da decisão, a multa para o Ietep é de R$
1 mil por dia. Para o IESM, se a decisão for desobedecida a multa
prevista é de R$ 10 mil para cada nova diplomação ilegal de grupos de
estudantes, além da anulação dos certificados concedidos.
A
ação judicial do MPF informa que o Ietep atua no mesmo prédio e com muitos
ex-dirigentes da Faculdade Teológica do Pará (Fatep), empresa que, por também
ter promovido ilegalmente cursos de graduação, assinou Termo de Ajuste de
Conduta (TAC) com o MPF em fevereiro de 2012, comprometendo-se a indenizar os
ex-alunos pelos prejuízos causados. De acordo com levantamentos feitos pela
Procuradoria da República em Paragominas, os alunos da Fatep absorvidos pelo
Ietep concluíram os cursos em 2012 e aguardam a diplomação. Os cursos que o
Ietep pode promover, no entanto, são apenas os chamados cursos livres,
treinamentos que não necessitam de credenciamento junto ao MEC e que não dão
direito a certificados de nível de graduação ou pós-graduação. “Outrossim, a
própria instituição apresentou a lista de cursos que oferece, quais sejam,
administração, ciências contábeis, educação física, pedagogia e serviço social,
sendo todos estes, portanto, com nomenclatura similar ao de cursos de nível
superior”, registra a decisão judicial.
O
Ietep oferece aulas apenas quatro dias por mês. As aulas de administração são
realizadas em uma semana do mês, de segunda a quinta-feira, por aproximadamente
três horas. Nos cursos de educação física as aulas são ministradas apenas nos
finais de semana, a cada 15 dias. O MPF
destaca na ação que a atuação irregular do Ietep está colocando a saúde pública
em risco. As investigações sobre a empresa apontaram que muitos alunos dos
“cursos livres” acabam por atuar no mercado de trabalho como profissionais de
educação física.
Nitidamente está havendo um derrame de pseudo diplomas no mercado, por instituições como as mencionadas na reportagem. É chegada a hora do Ministério Público punir também os municípios onde estes picaretas se instalam pois, para instalarem é necessário um alvará da municipalidade e para expedir este documento tem ela o DEVER de exigir toda a documentação, e neste caso, a apresentação de autorização do MEC.
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