TRE PEDE APURAÇÃO DE CRIMES OCORRIDOS EM ULIANÓPOLIS

 Moradores  afirmam que família Resende é responsável por inúmeros homicídios ocorridos na cidade.

 

A Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral, TRE, encaminhou à Delegacia Geral de Polícia Civil do Pará, um manifesto assinado por moradores de Ulianópolis pedindo providências e a apuração de vários homicídios ocorridos na cidade e que seriam de autoria da família Resende, que atualmente detém o poder político na cidade. O fazendeiro Davi Resende é o atual prefeito da cidade, sendo que a irmã do mesmo, Marta Resende, que também responde a processos por homicídio, é presidente da Câmara de Vereadores de Ulianópolis. Além disso, a mulher do pecuarista, Suely Resende, que é ex-prefeita da cidade, se elegeu vereadora no pleito de 07 de outubro de 2012. Todos respondem a processos no TRE pela prática de crime eleitoral.

O prefeito e a presidente da Câmara, que são irmãos, foram pronunciados e irão a júri popular como mandantes da morte de um marceneiro, crime que teria sido praticado por motivações políticas. Na década de 80, Davi Resende chegou a ser preso acusado de ser um dos mentores do assassinato do deputado estadual João Batista. O filho do fazendeiro, o também pecuarista Lindomar Resende, responde a três processos como mandante de homicídio, e já ficou preso durante três meses na penitenciária de Americano.

Em dezembro de 2012, moradores de Ulianópolis fizeram um manifesto em frente ao prédio do TRE, usando vários caixões de papelão simbolizando os homicídios ocorridos na cidade e que seriam creditados à família Resende, uma das mais poderosas da região. À época, os manifestantes entregaram um documento na presidência do TRE afirmando que o fazendeiro Davi Resende e seus familiares não poderiam ocupar cargos públicos porque estariam envolvidos em vários ilícitos. “No que tange especificamente à matéria eleitoral, que poderia gerar atuação desta Corregedoria, tenho que o relato genérico de suspeitas quanto ao julgamento de feitos pelo Juízo da 84ª ZE/PA não traz a concretude necessária ao início de apuração disciplinar acerca da conduta de qualquer funcionário desta Especializada”.

O desembargador Leonardo Noronha, à época Corregedor do TRE do Pará, frisou que o julgamento de improcedência das ações permite a interposição de recurso pela parte descontente que, tempestivamente manejado, permitirá o controle do processo e da decisão pela Corte, inclusive com debate específico sobre eventuais falhas na instrução processual, ou vícios de natureza grave que porventura tenham maculado a ação. “Quanto aos gravíssimos fatos narrados que não atraem a competência desta especializada, somente resta a este Corregedor remeter às autoridades policiais competentes”. Frisou Leonardo Noronha ao enviar o expediente à delegacia geral da polícia civil do Estado do Pará para conhecimento, encaminhamento, e adoção das providências cabíveis.