Moradores de Altamira
aprovaram a decisão de ministro do supremo que determinou o reinício das obras
em Belo Monte.
O retorno das atividades nos canteiros de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, ocorrido na semana passada, além de levar alívio para os cerca de 20 mil trabalhadores direta e indiretamente empregados no projeto, também reanimou os comerciantes de Altamira, maior cidade presente na área de influência do empreendimento. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de autorizar a retomada das obras em caráter liminar, o empresariado local voltou a vislumbrar retornos dos investimentos já feitos e a continuidade no crescimento econômico experimentado na região desde a chegada de Belo Monte. “Eu vejo que essa foi uma decisão muito acertada. Essa obra é muito importante não só para nós que vivemos aqui nessa região abandonada, mas para todo o povo brasileiro”, declara Velma Nascimento, proprietária de uma loja de confecções há mais de 20 anos na cidade. Ela aponta que muitos empresários ficaram com medo de perder seus investimentos e não conseguir manter todos os compromissos. “Eu contratei três pessoas para me ajudar na loja. Hoje, tenho seis funcionários. Sem os recursos que chegaram com Belo Monte, eu jamais conseguiria gerar empregos”, desabafa.
O
comerciante Rivelino Mendes é outro morador de Altamira que está feliz com o
reinício das obras. Aos 48 anos, ele atende na mercearia montada há 12 anos,
que hoje prospera com o atendimento aos trabalhadores da construção da
hidrelétrica. “Pela primeira vez, nossa região está se desenvolvendo. Eu ouvi
falar dessa obra a minha vida toda e não fui embora daqui porque eu acreditei
que um dia o Brasil iria olhar para nós”, vibra Rivelino. O belenense Luiz
Carlos Silva, 43, que há cinco meses comercializa cartuchos de amendoim torrado
na orla de Altamira, também mostrou preocupação com a suspensão das atividades
de Belo Monte. Ele saiu de Belém para tentar a sorte na região do Xingu e,
motivado pelo empreendimento, diz que a venda como ambulante tem ajudado a
manter o orçamento familiar. “Moro numa casa com minha esposa e filha, pagando
aluguel de R$ 300 e o que eu apuro ajuda a bancar alimentação e outras contas”,
afirma.
Segundo
Luiz Carlos, todos os dias ele chega a comercializar 100 cartuchos ao preço de
R$ 1, cada. Pai de uma menina de 5 anos, Robson Silva, 27, é mototaxista na
cidade e, como dezenas de outros prestadores desse serviço, depende da continuidade
das obras. Com as 40 corridas diárias que faz, ao preço médio de R$ 5,00,
Robson já conseguiu financiar um terreno dentro de Altamira. “Dei R$ 5 mil de
entrada e fico preocupado se essa obra parar. Vou diminuir minhas corridas e
tenho as parcelas para pagar”, revelou Robson, que financiou o terreno no valor
de R$ 15 mil.
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