Pecuaristas visitaram esta semana três fazendas localizadas em Paragominas.
Uma comitiva de produtores rurais do Município de Novo Progresso, visitou três fazendas modelo do projeto Pecuária Verde (PEC Verde) nesta semana, em Paragominas. O motivo da visita foi conhecer o curral modelo do projeto, construído nos padrões do bem-estar animal e estruturado com a orientação de especialistas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e o Grupo BEA – Bem Estar Animal.
As novas instalações do curral da Fazenda Bonita - propriedade do projeto - e as técnicas de manejo racional, que oferecem uma nova forma de lidar com o gado sem o uso da violência, impressionaram os visitantes. "Ficamos muito satisfeitos com o que vimos e gostaríamos de implantar um modelo semelhante a este em nossas fazendas. Acreditamos que o caminho é esse, até já pretendemos fazer uma reunião com os outros pecuaristas de Novo Progresso para discutir este assunto", ressalta o produtor rural Luiz Helfenstein.
A comitiva, que ainda tem a pecuária tradicional como modelo predominante no município, pôde ver as vantagens da intensificação das pastagens. Eles também conversaram sobre a metodologia de intensificação, os resultados, o aumento e custo de produção e sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR). "Na visita destacamos a importância do Cadastro Ambiental Rural para se implantar uma pecuária sustentável. Ele é fundamental como ferramenta de gestão, porque serve para fazer o zoneamento da propriedade, dando a oportunidade ao produtor de usar as áreas da fazenda para as culturas adequadas por aptidão do terreno. Além de ser muito importante para o ordenamento territorial e ambiental do município", afirma Mauro Costa, diretor do PEC Verde e presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas.
A organização das informações nas fazendas, que é feito a partir de softwares e planilhas, também foi apresentada durante a visita às fazendas Rancho Fundo, Marupiara e Bonita. "Gostamos muito da organização, com tudo anotado há facilidade no gerenciamento da propriedade", afirmou Júlio Carrijo, produtor rural no município de Novo Progresso. De acordo com doutor em Ciência animal e pastagens, Marco Penati, a frequência das coletas e as análises imediatas dos dados referentes à produção permitem replanejar as decisões na fazenda. Para isso recomenda-se o uso de planilhas e blocos de nota. "No caso da cria, por exemplo, se diariamente for obtida a porcentagem de vacas no cio, qualquer alteração pode sugerir mudanças no manejo, a fim de impedir frustração no final do período de monta", afirma Pennati.
Já no caso de engorda, pesagens frequentes ajudam a avaliar os animais que ganham peso inferior à média do lote. O veterinário e gerente de outra propriedade integrante do projeto PEC Verde, a fazenda Santa Maria, Gilberto Gonçalves, defende a programação como melhor ferramenta para gerir melhor as atividades. "Tenho observado que ‘programar’ é fundamental. As respostas dos investimentos têm sido mais rápidas. Só precisamos ser mais eficientes na coleta do resultado. O ponto de partida é programar e a execução acontece gradativamente", esclarece.
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