Objetivo é recuperar cobre em baixa concentração, hoje depositado em barragens, reprocessá-lo e vendê-lo no mercado internacional.
A Vale, o BNDES e a Universidade de São Paulo (USP) estabeleceram uma parceria para desenvolver tecnologia que utiliza micro-organismos que se alimentam de cobre. A ideia é buscar os melhores micro-organismos que absorvem o cobre de barragens de rejeito e, em uma segunda etapa, recuperá-lo para reprocessá-lo e colocá-lo à venda no mercado. A pesquisa será feita na Mina do Sossego, em Canaã dos Carajás (PA), que entrou em operação em2004. Abarragem, de onde estão sendo colhidas as amostras dos micro-organismos, tem cerca de 90 milhões de toneladas de rejeito com um teor de 0,07% de cobre.
Serão investidos no projeto de pesquisa, com validade de cinco anos, aproximadamente R$ 15 milhões, dos quais R$ 3 milhões serão desembolsados pela Vale e R$ 12 milhões pelo BNDES, que os disponibilizará à Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP). A USP será a executora da pesquisa, com o acompanhamento da Vale. O trabalho está sendo desenvolvido por uma equipe de 20 pesquisadores da Escola Politécnica de Engenharia Química da universidade paulista, sob a coordenação do engenheiro químico Cláudio Oller.
Os recursos não incluem a fase de aplicação comercial da tecnologia para recuperação do cobre, que vai depender dos resultados obtidos com o projeto. "Já coletamos cerca de 35 micro-organismos, mas a intenção é recolher um número ainda maior. O objetivo inicial é descobrir os micro-organismos que têm a maior capacidade de absorver o cobre e entender como isso ocorre. Todas as análises estão sendo desenvolvidas nos laboratórios da escola de Engenharia", explica Oller.
Localizada em Canaã dos Carajás, sudeste do Pará, a Mina do Sossego foi o primeiro empreendimento de cobre da Vale. Descoberta em 1997 e tendo sua construção iniciada em 2002, o projeto foi implantado em tempo recorde e embarcou seu primeiro carregamento de concentrado de cobre em junho de 2004. Com investimentos na ordem de R$ 1,2 bilhão, a operação de cobre no Sossego gera cerca de 2,5 mil empregos diretos e indiretos, sendo que quase 80% são recrutados e contratados em Canaã dos Carajás e municípios vizinhos.
As reservas da Mina do Sossego estão concentradas em dois depósitos, Sossego e Sequeirinho. O processo de extração é por meio de lavra a céu aberto, utilizando equipamentos de grande porte, como escavadeiras e caminhões fora-de-estrada, com capacidade para 240 toneladas.
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