O Deputado Federal Dudimar Paxiuba, (PSDB) denunciou
esta semana, em discurso inflamado na tribuna da Câmara dos Deputados, a ação
nociva de vários grupos econômicos que estão destruindo, com enormes dragas de
garimpagem, boa parte do leito do rio Tapajós. Em seu pronunciamento, Paxiúba
pediu a urgente regulamentação da extração de ouro na Província Aurífera do
Tapajós e a paralização imediata de todos os equipamentos que estão provocando,
além da destruição do rio, um gravíssimo crime ambiental de consequências
catastróficas.
Em seu pronunciamento Paxiuba alerta para o risco do
extermínio dos afluentes do Tapajós. “Desde a década de 80 o Rio Tapajós e
seus afluentes sofrem a ganância do minério, a ganância do garimpo. Antes, para
garimpar, utilizava-se apenas o bico-jato, que cortava a terra. A terra era
jogada para um tipo de garimpagem chamado de maraca, que sugava a terra para se
extrair o ouro. Hoje os garimpeiros não se conformam mais com isso. Usam
máquinas gigantescas, chamadas de PCs, que praticamente exterminaram os
afluentes do Tapajós. E no leito do Tapajós, onde não podem ser utilizadas
essas máquinas retroescavadeiras, utilizam balsas escariantes, que chafurdam o
leito do rio”.
Ainda
de acordo com o parlamentar por conta da denúncia da garimpagem ilegal na
Amazônia, recebeu ameaças de grupos econômicos com grandes interesses na
região. “Já informei aos setores de segurança as ameaças que recebí”.
Em
contato com a reportagem de O Liberal, o deputado Dudimar Paxiúba disse que
atualmente o rio Tapajós está praticamente sem condições de navegação por conta
dos grandes “bancos de areia”, criados pela garimpagem. Segundo o parlamentar,
as consequências para a população do município de Itaituba e cidades vizinhas
serão terríveis, uma vez que a coleta de água na cidade de Itaituba é feita
diretamente do leito do Rio Tapajós. “A Cosanpa está servindo à população de
Itaituba um misto de lama e produtos químicos”.
Dudimar
Paxiuba ressalta que já levou o caso ao conhecimento do Ibama e Ministério
Público, no sentido que sejam feitas ações conjuntas para proibir a garimpagem
ilegal na região. “A principal motivação de minha
preocupação é o fato de nossas reservas naturais estarem sendo depredadas com
uma rapidez impressionante. É importante ressaltar que os garimpeiros, em
muitos casos, são também vítimas da garimpagem ilegal”. Afirmou Dudimar Paxiuba lembrando que algumas pessoas
enriquecem com a desgraça dos chamados escavadores da terra. “Quem banca a
garimpagem ilegal passa sempre incólume, prevalecendo-se do discurso de que
esse tipo de atividade é a única saída para a combalida economia do Município
de Itaituba. Discordo desse ponto de vista.” Desabafou o parlamentar.
Dois
dias após o discursos do deputado na tribuna da Câmara, chegou a Itaituba uma
equipe do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para fazer um
levantamento sobre a legalização dos garimpos na região do Tapajós. A chegada da equipe provocou uma
reunião para discutir o assunto na sede da Associação dos Mineradores de Ouro
do Tapajós, Amot. O encontro contou com a participação do Presidente da
Associação dos Mineradores de Ouro do tapajós, Antunes Antunes, o Secretário
Municipal de Meio Ambiente e Produção Ivo Lubrina, do prefeito Valmir Clímaco e
Ricardo Paraíba do (DNPM) de Brasília. Segundo Ricardo está sendo feito um
levantamento das áreas de produção na região e logo após, o processo será
colocado em ponto de
obtenção de Licencia Ambiental, para a emissão de posteriores dos títulos.
Cerca
de 13.400 processos de área de garimpo estão em andamento no DNPM e aproximadamente
5% das áreas estão em operação. O objetivo do DNPM é identificar quais as áreas
que estão em operação para dar agilidades nos processos de legalização e tirar
os garimpeiros da ilegalidade.
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