Desde sua criação, em
maio deste ano, esta é a terceira vez que a CNV vai ao Pará.
A
Comissão Nacional da Verdade chega ao Araguaia na próxima, sexta-feira, 16, para
realizar uma série de atividades ligadas ao grupo de trabalho que investiga
casos de violações de Direitos Humanos cometidos contra indígenas e camponeses
durante o período da ditadura militar. Os membros da CNV Cláudio Fonteles e
Maria Rita Kehl, acompanhados dos assessores Pedro Pontual e Guaracy Mingardi e
dos especialistas na temática indígena Inimá Ferreira Simões e Wilkie Buzatti
Antunes, visitarão no dia 16 a terra indígena Sororó, região de forte atuação
da guerrilha do Araguaia no final dos anos 60 e durante e década de 70.
Em
pauta está a Comissão da Verdade Suruí, recentemente criada por indígenas da
etnia Aikewara, também conhecidos como Suruís do Pará, para investigar casos de
tortura, morte e desaparecimento de índios durante o período da repressão
militar.
No
sábado, 17, a Comissão realizará, a partir das 15h, uma audiência pública na
Câmara Municipal de Marabá para ouvir relatos de camponeses que sofreram
repressão e perseguição do regime. Essa é a primeira vez que a Comissão
Nacional da Verdade faz uma audiência pública em cidade que não é capital de
estado. O evento será realizado em parceria com o Comitê Paraense de Verdade,
Memória e Justiça, que investiga casos de violações cometidas no estado do
Pará. Desde sua criação, em maio deste ano, esta é a terceira vez que a CNV vai
ao Pará. Em outras ocasiões a Comissão esteve em Belém e na região do Araguaia,
colhendo depoimentos de pessoas que sofreram com a repressão da ditadura na
região.
A
audiência do próximo dia 17 será a segunda realizada no Estado, e a oitava
realizada pela Comissão da Verdade em território nacional. Dando continuidade
aos trabalhos no Araguaia, no dia 18 a CNV irá ouvir depoimentos de três
ex-soldados que atuaram na repressão a militantes de esquerda e de pessoas
contrárias ao regime da região de Sororó. Esses depoimentos podem ajudar a
esclarecer como funcionava a organização militar, quais eram as estruturas e
quais ordens eram enviadas a essa parte do Brasil durante a época de repressão.
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