As 1ª e 2ª Varas de Execuções Penais da Região Metropolitana de Belém ampliaram as possibilidades de remição de pena aos internos do Sistema Penitenciário, que agora poderá ser feita também através da leitura. Portarias nesse sentido foram assinadas hoje, 16, em cerimônia no Fórum Criminal de Belém, normatizando a prática no âmbito das jurisdições da 1ª e 2ª Varas. As formas de remição de pena já regulamentadas no Estado são através do trabalho e do estudo. A cerimônia contou com a presença dos juízes das 1ª e 2ª Varas, Cláudio Henrique Rendeiro e João Augusto Oliveira Júnior, do juiz diretor do Fórum Criminal, Edmar Pereira, além de representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, Superintendência do Sistema Penitenciário, da Ordem dos Advogados do Brasil, além das secretarias estadual e municipal de Educação.
De acordo com o juiz Cláudio Rendeiro, inicialmente o projeto será
implementado em um centro de recuperação penitenciário, sendo
selecionados um grupo de apenados que receberam orientações em oficinas e
receberão uma obra literária para lerem e, em 30 dias, apresentarem um
relatório ou resenha sobre a referida obra, conforme o nível escolar do
apenado. A cada obra lida, com apresentação de relatório ou resenha,
mais arguição oral (defesa) aprovada, serão diminuídos quatro dias no
computo total da pena. A instalação do projeto atende também a
recomendação nº 44/2013, do Conselho Nacional de Justiça, que dispõe
sobre as atividades educacionais complementares para fins de remição da
pena.
Na programação, os apenados que participaram da cerimônia assistiram a
apresentação do Coral Timbre, formada por egressas e internas do Sistema
Penitenciário do Centros de Recuperação Feminino e do Coqueiro, além da
apresentação do Coral de Câmara da Universidade Federal do Pará (UFPA) e
da cantora Gigi Furtado, que entonou o Hino do Brasil. Também prestou
depoimento o interno Bruno Nascimento, que se apresentou como um fruto
dos trabalhos e parcerias das instituições que atuam na política de
reinserção social dos presos. Bruno, quando entrou no cárcere, tinha
apenas a quinta série do ensino fundamental. “Aproveitei as
oportunidades que me apresentaram. Concluí o ensino fundamental através
do Projovem e continuei com as leituras e estudos”. Bruno se inscreveu
no ENEM e foi aprovado, cursando atualmente o curso de Ciências
Biológicas.
Fonte: TJ PA
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