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sábado, 20 de dezembro de 2014

ÍNDIOS TAMBÉ SÃO REINTEGRADOS À ÁREA DE FAZENDA INVADIDA HÁ 40 ANOS, NO PARÁ

Os indígenas Tembé foram reintegrados na quinta-feira (18), na posse da área de 9,2 mil hectares conhecida como fazenda Mejer, em Nova Esperança do Piriá, no nordeste do Pará, invadida em 1974.
“Nosso povo está em festa”, comemora uma das lideranças dos indígenas Tembé, Puyr Tembé, ao falar sobre a reintegração de posse, enfatizando que a vitória não é apenas dos caciques, e sim de toda a etnia. “Foram lutas árduas travadas não só pelas lideranças, mas também pelos jovens e pelas mulheres indígenas”, destacou.
Após o confronto ocorrido no último dia 1º entre índios tembé e colonos, o Ministério Público Federal encaminhou à Justiça a informação de que os invasores haviam se retirado do local, e pediu o cumprimento da sentença que determinava a reintegração de posse aos indígenas. O mandado foi expedido na quarta-feira (17).
Uma das lideranças da tribo, Puyr Tembé, fala que a vitória não é apenas dos caciques, mas de toda a etnia. Segundo os indígenas, o sentimento é que eles estão conseguindo garantir às futuras gerações um direito que sempre foi e sempre será deles. “Foram lutas árduas travadas não só pelas lideranças, mas também pelos jovens e pelas mulheres indígenas, nosso povo está em festa”, comentou a Tembé.
O coordenador técnico da Funai, Juscelino Bessa, conta que assim como os índios, a instituição também está feliz com a conquista. Ele conta que a invasão de 1974 foi à percussora de várias outras invasões menores, e que a reintegração dessa área vai estimular a saída dos pequenos invasores que ainda ocupam o local, e que a área total de aproximadamente 14 mil hectares deve voltar à posse indígena. Juscelino acredita que essa reintegração é uma das maiores vitórias para a causa indígena no Brasil, por ser uma das maiores áreas recuperadas e por ser um processo muito antigo.
“Para os indígenas, a garantia da terra é mais que a garantia da subsistência. É a preservação da cultura, dos saberes e do modo indígena de lidar com o mundo. Mais que a retomada de uma área que nunca deixou de ser Tembé, a reintegração da posse é uma mostra de respeito à vida de todos os povos indígenas”, comenta a procuradora da República, Nathália Mariel Ferreira de Souza Pereira, que representa o MPF no processo.
Os índios explicam que cerca de 70% da área foi transformado em pasto pelos invasores, e que o trabalho agora, será o planejamento do reflorestamento do território. Ainda segundo os índios, a criação de gado não faz parte da cultura da tribo.
No ano de 2007, os Tembé entraram na Justiça com ação em que pediam indenização pelos danos ambientais causados pelos invasores. A Justiça Federal negou atendimento ao pedido do e os indígenas recorreram da decisão. O caso aguarda julgamento no TRF-1.
Segundo a líder Puyr Tembé, os indígenas estudam entrar com ação contra a Kabacznik, também para pedir indenização pelos danos sociais e ambientais. “É uma família que fez riqueza em cima de terras que não eram dela, eram nossas”, diz.

Histórico
Segundo a Funai, a fazenda onde os confronto ocorriam pertencem a herdeiros da família Mejer Kabacvnik, que recebeu autorização do Incra  para ocupar a área limite, mas invadiu 9 mil hectares da terra indígena, na década de 70.

Após 35 anos de processos judiciais, no último mês de setembro foi concedida uma liminar da Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), determinando a reintegração para os índios da área de 9 mil hectares. Outra liminar da Justiça Federal, em Paragominas, também deu a reintegração dos índios, em 10 de outubro.

Fonte: G1 PA

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