Após oito horas de júri no Fórum de Belém, sob a presidência da juíza Ângela Alves Tuma, sete jurados do 3º Tribunal do Júri da Capital votaram nesta quinta-feira, 3, pela absolvição dos policiais militares Raimundo dos Santos Ferreira, 60 anos, tenente da PM reformado, Regivaldo Alves da Costa, 46 anos, ex-soldado PM e Vicente Soares Silva Filho, este último era considerado foragido, mas teve o mandado de prisão revogado.
Os três responderam por participação na tentativa branca de assassinato (quando a vítima não sofre nenhuma lesão), ocorrida em 1997, contra Agemiro Gomes da Silva, 41 anos à época, então prefeito de Rio Maria, município paraense a 800 quilômetros de Belém. A motivação do suposto crime, conforme relatório policial, teria sido em razão do prefeito não ter destinado ao comerciante Velusiano Mendes de Abreu o cargo de Secretário de Transporte do Município. O crime ocorreu em Rio Maria e após passar por recurso em instância superior foi desaforado para Belém, a pedido do juízo da comarca, para garantir a segurança dos jurados.
Por maioria dos votos os jurados rejeitaram a acusação sustentada pelo promotor de justiça Samir Dahas Jorge de que Raimundo Ferreira teria sido o intermediário do crime, e Regivaldo Alves da Costa e Vicente Soares Silva Filho os executores. Conforme a acusação, os supostos envolvidos foram contratados por Velusiano Mendes Ferreira, grande comerciante da Região (que será julgado em outra sessão), para matar o então prefeito em 1997. O Inquérito Policial levou quase quatro anos para ser concluído e a denúncia foi recebida em 2001. Anos após o atentado, em 2008, o prefeito acabou sendo assassinado por adversários políticos.
A promotoria explicou aos jurados como ocorre a tentativa branca de homicídio, que é quando a vítima não chega a ser atingida fisicamente e destacou que, à época, não havia peritos na cidade, tendo as imagens fotográficas anexadas ao processo sido produzidas por agentes da Polícia Civil. Nas fotografias cerca de seis orifícios foram identificados na parede da casa do prefeito. A polícia também recolheu cápsulas de tiros deflagrados dentro da residência de Agemiro Gomes da Silva.
Em defesa dos réus, atuaram a advogada Camila Rodrigues Alves e o defensor público Alex Noronha. Ambos sustentaram a tese absolutória de negativa de autoria por ausência de materialidade do crime, sendo a tese acatada pelos jurados.
Nenhuma das testemunhas de acusação compareceu. A esposa e o filho do primeiro denunciado prestaram depoimentos. Os dois confirmaram que na data do crime estava mudando de residência por motivo de trabalho do policial, que era baseado em Xinguara e iria assumir um posto de comando em São Félix do Xingu.
Regivaldo Costa também negou ter cometido o crime, e chegou a afirmar que o crime não aconteceu e foi uma armação da campanha do prefeito para ser eleito por meio da comoção pública gerada na cidade.
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