O Ministério
Público do Estado do Pará (MPE), por meio de sua promotora de Justiça Mayanna
Silva de Souza Queiroz, realizou visita na última quarta-feira (14), no prédio
da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em Marabá, para apurar uma
perda de quase R$ 100 mil reais em medicamentos após três quedas de energia na
secretaria, no mês passado.
Após
denúncia anônima de que pessoas estariam correndo risco de morte devido à falta
de medicamentos que teriam sido perdidos por três quedas de energia, a
promotora Mayanna Queiroz foi apurar a falta das mercadorias e constatou a
perda calculada em R$ 100 mil reais em medicamentos. No local, funciona o grupo
de trabalho de assistência farmacêutica da 11ª Coordenadoria Regional de Saúde
(CRS).
Durante a
inspeção, a promotora Mayanna constatou medicamentos acondicionados em
geladeira, tais como: Noripurum 100mg, Hemax, Zoladex 3,6; Botox, Inflixmable
100mg e outros. Foi averiguado também que o prédio não possui acessibilidade
para portadores de necessidades especiais.
A diretora
responsável pela farmácia, Aline Lopes Ferreira, não se encontrava no local
durante inspeção. De acordo com fontes, ela estaria em Belém para receber os
medicamentos da farmácia.
O técnico de
enfermagem, Julimar Ferreira da Silva, relatou que três quedas de energia aconteceram
no dia 19 de abril e foram elas as responsáveis pela perda de, aproximadamente,
R$ 100 mil em medicamentos. Ele conta que o gerador de energia foi acionado no
momento da queda, mas que a religação do sistema elétrico que alimenta os
refrigeradores de medicamentos é feita apenas de forma manual
Em casos
como esses, o técnico conta que a providência é avisar a diretora, mas apenas
um guarda estava presente no momento. No relato, ele diz que não sabe se a
chefia foi acionada, tampouco se havia outra pessoa responsável pela
verificação da temperatura dos medicamentos ou pela religação do sistema de
energia elétrica.
Julimar diz
ainda que não saberia listar quais medicamentos foram perdidos porque a relação
estaria nas mãos da diretora, mas afirma que foram recebidos medicamentos no
último sábado (10) e na segunda-feira (12) deste mês. Ele denuncia, inclusive,
a falta de organização ao receber as mercadorias por parte dos correios, devido
à falta de confiança nestes, motivo esse que obriga a diretora Aline Ferreira a
se deslocar à Belém para recebê-las [mercadorias].
Um encontro
entre os servidores do local foi realizado na última quinta-feira, 9, para
tratar a falta de medicamentos. Discutiu-se também o rodízio feito entre os
guardas e a necessidade de um telefone institucional para a segurança com o telefone
de todos os servidores.
A promotora
de Justiça Mayanna Queiroz foi informada que a Central possui cerca de mil
pacientes cadastrados – entre eles 200 com problemas renais – e apenas um
médico avaliador. Há também uma demora no envio dos procedimentos para a
Clínica de Doenças Renais (CDR) ao grupo de trabalho de assistência
farmacêutica da Sespa e que os medicamentos são adquiridos conforme a demanda.
A central de
vacinas, que funciona no mesmo prédio, não sofreu com perdas, pois houve
comunicação prévia com o servidor responsável para essas emergências.
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