A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou esta semana que não há definição quanto à desocupação da Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu (PA). Segundo a assessoria do órgão indigenista, a recusa do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) aos argumentos dos 27 não índios que ocupam imóveis rurais instalados no interior da reserva e que pretendiam evitar ser retirados do local é uma vitória, mas não resultará na imediata desintrusão da área. Isso porque há mais de 100 processos tramitando na Justiça questionando a demarcação de Apyterewa.
Notícias de
que os não índios teriam que desocupar a reserva foram divulgadas após a
Advocacia-Geral da União (AGU) informar, esta semana, que procuradores da
Procuradoria Regional Federal da 1ª Região (PRF1) e da Procuradoria Federal
Especializada da Funai convenceram a Justiça de que a comunidade indígena detém
a posse permanente das terras. Isso asseguraria a retirada dos não índios da
reserva indígena, sancionada em abril de 2007, por meio de um decreto
presidencial. A extensão da área demarcada é de 773 mil hectares (um hectare
corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol
oficial).
No Mandado
de Segurança nº 53625-46.2012.4.01.3400, os não índios afirmam que a Funai não
observou o devido processo legal ao promover os estudos antropológicos que
identificaram a área como terra tradicional indígena. E que, já em abril de
2012, antes mesmo que a Justiça tivesse julgado as várias ações que visam a
impugnar o processo de desocupação da área, a Funai publicara no Diário Oficial
da União o resultado do processo de licitação para contratação da empresa de
transporte que fará a remoção dos não índios.
A juíza, no
entanto, concordou com os argumentos de defesa apresentados pelo Ministério
Público Federal (MPF) e pela Funai, concluindo não haver qualquer evidência de
ilegalidade ou de abuso de autoridade, autorizando, assim, que o processo de
desintrusão fosse retomado. A remoção dos não índios e o pagamento de
indenizações aos ocupantes de boa-fé que permanecem na área, conforme explicou
a assessoria da Funai, só não ocorreu por conta da existência dos outros
processos judiciais.
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