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segunda-feira, 19 de maio de 2014

ÍNDIOS EXIGEM APURAÇÃO DE ATOS VIOLENTOS EM JACAREACANGA

Após ataques a 20 integrantes, ocorridos nesta quarta, 14, movimento denuncia que indígenas sofrem ameaças e têm sido vítimas de racismo

O Movimento Munduruku Ipereg Ayu, principal organização de representação e resistência dos indígenas Munduruku da bacia do Tapajós, divulgou ontem um documento sobre a situação de tensão que tem acirrado os conflitos na região. Na quarta,14, cerca de 500 garimpeiros, comerciantes e membros do Poder Público de Jacareacanga (PA) atacaram 20 Munduruku do movimento com rojões e bombas de gás, em retaliação às manifestações pela recontratação de 70 professores indígenas demitidos pela prefeitura em fevereiro passado.

Acionado, o Ministério Público Federal (MPF) enviou ofícios à Delegacia da Polícia Federal em Santarém e ao Comando Geral da Polícia Militar, em Belém, solicitando atenção para situação de tensão em Jacareacanga. No documento, além de conclamarem as autoridades para investigar os ataques contra 20 de seus membros, os integrantes do movimento Ipereg Ayu divulgaram a decisão da assembleia geral Munduruku de extinguir a Associação Pusuru, antiga representação dos indígenas, em função do que consideram uma série de desvios de conduta, citando inclusive a polêmica tentativa de acordo com a multinacional Celestial Green, para venda de créditos de Carbono em 2012.

Josias Munduruku, chefe dos guerreiros, negou a acusação de que os indígenas atearam fogo à casa de apoio dos professores, como divulgado ontem pela polícia. “Isso não é os guerreiros que fizeram não, isso é armação de gente do poder local.  Os guerreiros não fariam uma coisa dessas. Pra que queimar a casa dos professores? Não faz nenhum sentido”, afirmou. “A luta do movimento Ipereg Ayu não é contra a população de Jacareacanga. Todas as nossas manifestações são para garantir os direitos dos povos indígenas e da humanidade. Todos sabem que somos contra os grandes projetos de morte do governo para a Amazônia, e não negociamos os nossos direitos”. Diz a nota frisando que
Reivindicação indígena é para recontratação imediata dos 70 professores indígenas que foram demitidos de forma arbitrária, deixando crianças sem aulas em inúmeras aldeias. “Exigimos que as autoridades brasileiras investiguem os últimos acontecimentos que ocorreram em Jacareacanga contra os povos indígenas, e responsabilizamos o governo brasileiro por qualquer tragédia que ocorrer”. Encerrou a nota.

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