Audiência tratou de temas graves como o alto índice de acidentes ocorridos na rodovia, especificamente no trecho da fronteira com o Matogrosso até Santarém
Uma audiência pública realizada na cidade de Trairão, Oeste do Estado, na rodovia BR-163 (Santarém-Cuiabá) promoveu uma sabatina sobre a representação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). A audiência foi organizada por uma comissão montada especialmente para este fim, sob a presidência do empresário Angelo Barasuol, morador da região há mais de quarenta anos. Foram convidados para a audiência pública o representante do DNIT, engenheiro Roberto de Oliveira, para prestar esclarecimentos sobre a forma irregular com que foram concluídas as obras da rodovia, especialmente no trecho urbano de Trairão. Roberto foi ‘sabatinado’ por mais de meia hora e teve a oportunidade de explicar alguns pontos em dúvida para o público de mais de 3 mil pessoas que lotou o Salão Paroquial da cidade.
O engenheiro Roberto disse que não estava autorizado a gravar entrevista,mas informou que as obras, no trecho de responsabilidade da empresa Construtora Brasileira e Mineradora (CBEMI), foram concluídas fora do prazo estipulado no contrato e que a Superintendência do DNIT no Estado está ciente da situação. Em conversa informal, o engenheiro disse que “somos conscientes de que o problema existe e pretendemos resolver da melhor forma possível, mas precisamos da anuência da Superintendência”. Diretamente ao DNIT, a reclamação do público presente à audiência foi baseada no alto índice de acidentes ocorridos na rodovia, especificamente no trecho paraense que vai da fronteira com o Matogrosso até Santarém.
Só neste ano, nove carretas do tipo bi-trem tombaram, provocando milhões em prejuízos. Pelo menos seis pessoas morreram. Na manhã da última quarta-feira, uma outra carreta tombou em uma curva a 25 quilômetros do centro de Trairão. O motorista disse que perdeu o controle da carreta e tombou em um abismo de aproximados 4,5 metros de profundidade. A carga da carreta, composta de produtos diversos, incluindo alimentos e bebidas, foi parcialmente saqueada, em uma ação que exigiu a presença da Polícia Militar e um grupo privado de agentes de segurança.
Segundo projeções da Associação Comercial de Itaituba (ACEI), atualmente a BR-163 tem um fluxo diário que vai de setecentas e oitocentas e cinquenta carretas por dia. Até dezembro deste ano, este número poderá dobrar e até triplicar, conforme o andamento das obras de construção de outros terminas na zona portuária de Itaituba. “Já cansamos de ficar de braços cruzados. O governo não pode virar as costas para nós. Já demos o prazo. Agora, é por conta do DNIT. Se não houver atitude, a atitude será nossa. Nós vamos fechar a rodovia, custe o que custar. Queremos providências imediatamente”, pontuou a vereadora Euzimar Farias, integrante da comissão.
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