O Ministério Público do Estado do Pará, através do promotor de Justiça de Breu Branco, Francisco Charles Pacheco Teixeira, ofereceu denúncia em desfavor de Jorge Barbosa do Santos, ex secretario de Obras e Urbanismo; João Alves de Sousa, empresário; Otto Nelson Pereira Silva, proprietário da empresa O.N.P Construções; Milton Dias da Silva, Engenheiro Civil; e Olandismá Soares de Sá, atual secretário de Administração do Município, pela prática de crimes previstos na lei de licitações, e também no Código Penal, como, peculato, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, dentre outros, praticados em processos licitatórios que contém diversas irregularidades, como a utilização de empresas fantasmas para vencer licitações.
Da
investigação
As
investigações iniciaram a partir de documentos protocolados em diversos órgãos
estatais, como a Policia Federal e Ministério Público Federal (MPF), tendo
chegado posteriormente à promotoria de Breu Branco. A documentação anexada ao
referido Procedimento Investigativo, demonstra que foi montado, dentro da
Prefeitura Municipal, um esquema criminoso, que por consequência, vem gerando
um prejuízo de milhões de reais ao erário, dinheiro este que deveria estar
sendo aplicado, na saúde, e na educação, setores estes que tão precários no
Município local.
O esquema
funcionava da seguinte forma: empresas de "fachada" foram criadas
para "concorrerem" a procedimentos licitatórios, onde, na verdade, as
cartas já eram marcadas, e com isso, se tornaram vencedoras de diversos
certames. Os contratos onde as fraudes ocorrem de forma mais aberta, são
aqueles voltados à prestação de serviços de máquinas e veículos pesados, via de
regra, ao argumento de que tais serviços seriam para recuperar e fazer a
manutenção de estradas vicinais localizadas em Breu Branco, ocorrendo fraudes
também na construção de algumas obras públicas, tais como postos de saúde,
escolas, recuperação de pontes de madeira, dentre outros.
Os contratos
encerravam cláusulas que, de forma expressa, deixam claro que as empresas
contratadas prestarão os serviços de recuperação de estradas por meio de
máquinas e veículos pesados, sendo que, na verdade, o que acabava ocorrendo, é
que até mesmo a Prefeitura acabava por executar as obras, com máquinas e
veículos próprios, e no fim, pagava-se o valor correspondente ao serviço às
tais "empresas" contratadas.
As
evidências foram se destacando, a partir de expedição de cartas precatórias
enviadas a PJ de Breu Branco, através do MPF, e por meio da Procuradoria da
República de Tucuruí, onde também tramitam procedimentos administrativos que
investigam fraudes na Prefeitura de Breu Branco.
"Nas
citadas cartas precatórias, constou-se que as empresas citadas, na verdade,
são, com efeito, apenas de "fachada", não são proprietárias de
nenhuma máquina ou veículo, não possuem qualquer funcionário, e mesmo assim,
ganham e executam contratos milionários junto ao Poder Executivo legal"
disse o Promotor de Justiça Francisco Charles Pacheco.
O acusado
Jorge Barbosa dos Santos, mostra-se como parte importante do esquema criminoso,
tendo em vista que era ele, até pouco tempo, Secretário de Obras desta Unidade
da Federação, sendo que era ele quem autorizava os pagamentos à empresas
"laranjas" pelos "serviços" prestados.
Em resumo,
comprova-se nos autos que as empresas, de fato, foram criadas para desviar
dinheiro público, por meio dos cofres da Prefeitura Municipal de Breu Branco.
As mesmas, foram criadas somente par atuar na atual gestão
politica-administrativa no mandato do atual Prefeito; nenhuma das empresas não
têm qualquer contrato com outro Município, e também não presta serviço para
outra pessoa, seja ela física/natural ou jurídica, existem tão somente para
para lavar dinheiro de maneira ilícita.
"Após a
leitura retida dos autos, e avaliando todo o contexto fático e circunstancial
probatório neles inserido- o conteúdo da Inicial e os documentos juntados,
outro caminho não restará mesmo ao Poder Judiciário, senão a procedência da
presente ação em todos os seus termos, para que surta então, os respectivos
efeitos legais e jurídicos pertinentes à espécie" finalizou a respeito do
caso o PJ Francisco Teixeira.
Das
deliberações
Nesta
segunda-feira (13) os denunciados envolvidos com Empresas Fantasmas que ganham
licitações fraudulentas com contratos que superavam a monta de 10 milhões de
reais, foram detidos pela manhã, pela Policia Militar e Oficial de Justiça
local, após requerimento do Ministério Público e deferimento pela Justiça.
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