O
ex-delegado da Polícia Civil Francisco Pinto da Silva, acusado de matar a
esposa Andréia Lucio da Silva em 02 de abril de 2013, está solto. Segundo a
Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), na última
quarta-feira (22) a juíza Danielle Karen da Silveira Araújo Leite (Vara Criminal
de Capanema) concedeu alvará de soltura ao ex-delegado. Por determinação da
justiça ele irá responder ao processo em liberdade provisória.
O caso
O crime
ocorreu na BR-316, próximo ao município de Capanema. Andrea foi morta com um
tiro na cabeça dentro do carro do casal. Francisco foi preso dentro da mata, às
margens da rodovia, a cerca de 150 metros do local do crime. De acordo com o
depoimento do sargento da Policia Militar Jon Telles, lotado no 11º Batalhão de
Policia Militar de Capanema, o delegado não resitiu a prisão e ao avistá-lo se
identificou como autoridade policial e assumiu a autoria do homicídio,
informando que vítima tratava-se de sua esposa. Em nenhum momento, afirmou o
policial, Francisco disse estar arrependido pelo crime e apenas se lamentava
por ter acabado com sua carreira profissional. O delegado também chegou a
lembrar da filha adotiva do casal, de apenas seis anos. Segundo o militar,
Francisco tentou suicídio antes de ser preso, porém a pistola apresentou pane
mecânica. Por ter adentrado na mata, Francisco estava com escoriações pelo
corpo e na face.
O crime foi
comunicado à Superintendência da Polícia Civil em Capanema, que abrange os
municípios da zona bragantina e por se tratar de um policial civil, Francisco
foi conduzido à Delegacia de Crimes Funcionais (Decrif), na capital, onde foi
apresentado por volta das 15 horas ao delegado Sigvard Girard. Os três
policiais militares que atenderam a ocorrência prestaram depoimentos. Segundo o
sargento Jon Telles, Francisco não disse os motivos que o levaram a tirar a
vida da própria esposa, mas revelou que o casal teria discutido a noite anterior
e que as brigas teriam se tornado constantes. O policial também disse que o
delegado declarou que estaria vindo para a capital para se submeter a
tratamento psicológico. Durante o trajeto o casal iniciou uma nova discussão e
Francisco efetuou um único disparo. A cena do crime indicava que Andrea teria
tentado se defender, em razão disso o tiro atingiu-lhe a mão, a face e
atravessou o vidro do carro.
O delegado
Francisco Pinto da Silva, de 53 anos, era casado com Andrea desde 1997. Durante
os depoimentos, os comentários extra-oficiais revelaram que Francisco tinha
ciúme doentio da esposa, 21 anos mais nova do que ele. As brigas se tornaram
uma constante entre o casal em razão da insegurança do marido, que se tornou
ainda mais obssessivo após a mulher começar a cursar uma universidade.
O casal
vivia em uma residência no centro de Bragança. Francisco era pai de dois
filhos, fruto do seu casamento anterior, além de uma menina de seis anos,
adotada após seu relacionamento com Andrea. Apesar de demonstrar indícios de
problemas psicológicos, o policial civil nunca havia procurado assistência.
Francisco Pinto era servidor da Policia Civil havia 12 anos e antes de assumir
da Delegacia de Augusto Correia, respondia pela Superintendencia de Altamira.
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