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quarta-feira, 8 de junho de 2016

JAPONÊS DA FEDERAL É PRESO EM CURITIBA



Agente Newton Ishii foi condenado por facilitação de contrabando a quatro anos e dois meses de prisão no processo da Operação Sucuri, deflagrada em 2003.

O agente federal Newton Ishii, o “Japonês da Federal”, conhecido por aparecer em fotos ao lado de presos da Operação Lava Jato, está preso em Curitiba. O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execução Penal da Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, nesta terça-feira (7).

O agente da Polícia Federal (PF) foi condenado por facilitação de contrabando a quatro anos e dois meses de prisão no processo da Operação Sucuri, deflagrada em 2003. Ele ficou quatro meses preso, mas recorreu e respondeu em liberdade. O agente chegou a ser afastado dos serviços pela própria Polícia Federal, sem prejuízo em seus vencimentos, mas o Tribunal de Contas da União determinou seu retorno ao trabalho. Ishii é Chefe do Núcleo de Operações da Superintendência da PF do Paraná e responsável pela escolta de presos.

Segundo a denúncia, os servidores públicos “se omitiam de forma consciente e voluntária, de fiscalizar os veículos cujas placas lhes eram previamente informadas, ou realizavam fiscalização ficta, abordando os veículos para simular uma fiscalização sem a apreensão de qualquer mercadoria“.

Newton Ishii recorreu da decisão, mas na última semana o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento de recurso Especial, manteve a condenação dos agentes envolvidos.

Como é réu primário, Ishii deve cumprir um sexto da pena, o equivalente a oito meses e 10 dias e de acordo com o Oswaldo de Mello Junior, advogado de Ishii, é provável que o restante da pena seja cumprido em regime aberto, com tornozeleira eletrônica, ou em prisão domiciliar porque não existe unidade de regime semiaberto em Foz do Iguaçu.

A defesa do agente avalia a possibilidade de recorrer novamente, mas o recurso tramitaria com o Japonês da Federal preso. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que condenados em segunda instância permaneçam presos.

Agora, ele permanece preso na Superintendência da PF, em Curitiba, aguardando que a Vara de Execuções Penais de Foz do Iguaçu determine a remoção para a cidade de origem do processo.

Operação Lava Jato

O policial federal foi citado durante conversa gravada entre o ex-senador Delcídio do Amaral; o filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró; e o advogado Edson Ribeiro. O diálogo foi divulgado em novembro do ano passado e levou à prisão de Delcídio.

Na conversa, o ex-senador se refere ao agente federal como “policial bonzinho”. Em seguida, Edson afirma que “o japonês” seria o carcereiro da PF responsável pelo vazamento de informações sigilosas da Operação Lava Jato para a imprensa. Minutos depois, o advogado chega a citar o nome de Newton.

Diálogos

DELCÍDIO: Alguém pegou isso aí e deve ter reproduzido. Agora quem fez isso é que a gente não sabe.

EDSON: É o japonês. Se for alguém, é o japonês.

DIOGO: É o japonês bonzinho.

DELCÍDIO: O japonês bonzinho?

EDSON: É. Ele vende as informações para as revistas.

BERNARDO: É, é.

DELCÍDIO: É. Aquele cara é o cara da carceragem, ele que controla a carceragem.

BERNARDO: Sim, sim.

 

(…)

 

EDSON: Só quem pode tá passando isso, Sérgio Riera.

BERNARDO: Mas eu já cortei…

EDSON: Newton e Youssef.

DELCÍDIO: Quem que é Newton?

BERNARDO: É o japonês.

EDSON: E o Youssef, só os dois. [vozes sobrepostas] O Sérgio, porque o Sérgio traiu…

BERNARDO: Sim. Ele fez o jogo do MP, assinou. Tá..tá

 

(…)

 

EDSON: Quem é que poderia levar isso pro André?

BERNARDO: Eu acho que é carcereiro. O cara dá 50 mil aí pra você.

EDSON: A gente num entende, pô!

BERNARDO: Carcereiro, Newton… os caras são muito legais.

 

 

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