Agente Newton Ishii foi condenado por facilitação de contrabando a quatro anos e dois meses de prisão no processo da Operação Sucuri, deflagrada em 2003.
O agente
federal Newton Ishii, o “Japonês da Federal”, conhecido por aparecer em fotos
ao lado de presos da Operação Lava Jato, está preso em Curitiba. O mandado de
prisão foi expedido pela Vara de Execução Penal da Justiça Federal de Foz do
Iguaçu, no oeste do Paraná, nesta terça-feira (7).
O agente da
Polícia Federal (PF) foi condenado por facilitação de contrabando a quatro anos
e dois meses de prisão no processo da Operação Sucuri, deflagrada em 2003. Ele
ficou quatro meses preso, mas recorreu e respondeu em liberdade. O agente
chegou a ser afastado dos serviços pela própria Polícia Federal, sem prejuízo
em seus vencimentos, mas o Tribunal de Contas da União determinou seu retorno
ao trabalho. Ishii é Chefe do Núcleo de Operações da Superintendência da PF do
Paraná e responsável pela escolta de presos.
Segundo a
denúncia, os servidores públicos “se omitiam de forma consciente e voluntária,
de fiscalizar os veículos cujas placas lhes eram previamente informadas, ou
realizavam fiscalização ficta, abordando os veículos para simular uma
fiscalização sem a apreensão de qualquer mercadoria“.
Newton Ishii
recorreu da decisão, mas na última semana o Superior Tribunal de Justiça (STJ),
em julgamento de recurso Especial, manteve a condenação dos agentes envolvidos.
Como é réu
primário, Ishii deve cumprir um sexto da pena, o equivalente a oito meses e 10
dias e de acordo com o Oswaldo de Mello Junior, advogado de Ishii, é provável
que o restante da pena seja cumprido em regime aberto, com tornozeleira
eletrônica, ou em prisão domiciliar porque não existe unidade de regime
semiaberto em Foz do Iguaçu.
A defesa do
agente avalia a possibilidade de recorrer novamente, mas o recurso tramitaria
com o Japonês da Federal preso. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF),
determinou que condenados em segunda instância permaneçam presos.
Agora, ele
permanece preso na Superintendência da PF, em Curitiba, aguardando que a Vara
de Execuções Penais de Foz do Iguaçu determine a remoção para a cidade de
origem do processo.
Operação
Lava Jato
O policial
federal foi citado durante conversa gravada entre o ex-senador Delcídio do
Amaral; o filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró; e o advogado Edson
Ribeiro. O diálogo foi divulgado em novembro do ano passado e levou à prisão de
Delcídio.
Na conversa,
o ex-senador se refere ao agente federal como “policial bonzinho”. Em seguida,
Edson afirma que “o japonês” seria o carcereiro da PF responsável pelo
vazamento de informações sigilosas da Operação Lava Jato para a imprensa.
Minutos depois, o advogado chega a citar o nome de Newton.
Diálogos
DELCÍDIO:
Alguém pegou isso aí e deve ter reproduzido. Agora quem fez isso é que a gente
não sabe.
EDSON: É o
japonês. Se for alguém, é o japonês.
DIOGO: É o
japonês bonzinho.
DELCÍDIO: O
japonês bonzinho?
EDSON: É.
Ele vende as informações para as revistas.
BERNARDO: É,
é.
DELCÍDIO: É.
Aquele cara é o cara da carceragem, ele que controla a carceragem.
BERNARDO:
Sim, sim.
(…)
EDSON: Só
quem pode tá passando isso, Sérgio Riera.
BERNARDO:
Mas eu já cortei…
EDSON:
Newton e Youssef.
DELCÍDIO:
Quem que é Newton?
BERNARDO: É
o japonês.
EDSON: E o
Youssef, só os dois. [vozes sobrepostas] O Sérgio, porque o Sérgio traiu…
BERNARDO:
Sim. Ele fez o jogo do MP, assinou. Tá..tá
(…)
EDSON: Quem
é que poderia levar isso pro André?
BERNARDO: Eu
acho que é carcereiro. O cara dá 50 mil aí pra você.
EDSON: A
gente num entende, pô!
BERNARDO:
Carcereiro, Newton… os caras são muito legais.
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