O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o grupo agropecuário Santa Bárbara assinaram ontem em Marabá um acordo para melhorias em assentamentos e reforma agrária nas fazendas ocupadas na região.
O
presidente do Incra, Carlos Guedes, firmou uma parceria com as prefeituras da
região para aplicar recursos em infraestrutura nos assentamentos. Ao todo foram
liberados mais de R$ 30 milhões para a construção de pontes e melhorias nas
estradas vicinais.
Durante o
encontro foi assinada também a autorização de um estudo de avaliação de geração
e renda em áreas da fazenda Santa Bárbara, que será realizado pelo Incra. “Nós
estamos dando sequência a um trabalho criterioso na questão da reforma agrária
no Brasil, em especial no sul e sudeste do Pará, onde a gente não só sinaliza
novas áreas, mas fundamentalmente está comprometido com o desenvolvimento das
áreas existentes”, explica Guedes.
O MST
ocupa três fazendas do grupo Santa Bárbara. “Nós sabemos que mesmo o acordo
sendo assinado agora, ele leva um tempo para se concretizar, o MST tem ciência
disso, mas vamos ficar cobrando a celebração deste acordo até sair o
assentamento de fato para as famílias”, afirma o coordenador estadual do MST,
Tito Moura.
As
fazendas Cedro e Maria Bonita estão ocupadas há três anos pelo MST e durante
este período, muitos confrontos foram registrados entre os sem - terra e
seguranças das propriedades.
Segundo o
representante da agropecuária Santa Bárbara, todas as fazendas do grupo são
produtivas e geram renda. “A empresa tem buscado esses anos todos, e agora de
forma decisiva, sentimos que o Incra agora quer resolver o problema. É um
conflito que prejudica a empresa como investidora no estado, com o grande
programa que já vem desenvolvendo, mas também tem que atender os movimentos. A
busca da solução pacífica do conflito agrário é a intensão da empresa e
sentimos isso no Incra na reunião de hoje”.
As
equipes do Incra devem começar as vistorias nas fazendas do grupo Santa Bárbara
a partir do próximo dia 10 de março. O objetivo é avaliar a possibilidade de
uso de parte dessas áreas para inseri-las no programa de reforma agrária. Para
o ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva, a assinatura do acordo entre
Incra, MST e grupo Santa Bárbara pode significar um avanço para reduzir os
conflitos na região. “Agora nós teremos tranquilidade tanto para os
trabalhadores rurais, quanto para os proprietários e a possibilidade do Incra
dar andamento nos processos que não podia até agora”, afirmou.
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