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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ADOLESCENTE DE 14 ANOS ESTUPRA E MATA CRIANÇA EM ITAITUBA

Já está sob custódia da Polícia Civil um adolescente de 14 anos que confessou ter abusado sexualmente e, em seguida, assassinado uma criança de apenas oito anos de idade. Camila Sousa Silva foi morta por asfixia dentro do quarto onde dormia junto com a irmã, de quatro anos.

Segundo informações da Polícia Civil, o padrasto da criança, Raimundo Nonato de Sousa, acordou, por volta das 02h da madrugada de domingo ao ouvir ruídos dentro da casa. “Ele relatou que foi até o quarto da menina e percebeu que havia alguém lá, só que a pessoa estava armada de uma faca e ele não tinha certeza do que estava acontecendo.

Neste caso, houve uma prática de omissão e, por isso, decidimos pela detenção do padrasto para averiguação”, disse o delegado José Dias Bezerra, que preside o inquérito.

Perseguição e Prisão – As investigações em torno do assassinato da pequena Camila Sousa foram iniciadas de imediato, sob a coordenação do major Osvaldo Lourinho Junior, comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM). Policiais do Serviço Reservado montaram uma operação, a partir de alguns indícios, tais como um jovem que morava em frente à casa da menina ter sido visto por seguidas vezes rondando a residência da família da menor.

Os policiais foram até os irmãos do adolescente e tomaram conhecimento de que estavam ingerindo bebida alcoólica juntos, quando, em dado momento, o menor, identificado pelo apelido “Zequi”, de 14 anos, retirou-se do local. Os irmãos disseram que “Zequi” saiu do local com uma faca na cintura e só retornou quase às 03h. Esse foi um detalhe importante.

No quarto, onde foi encontrado o corpo da criança, também estava uma faca, que, logo depois, foi reconhecida pelos irmãos de “Zequi”, que, a partir dali, já era o principal suspeito. A arma foi encaminhada para perícia. Também foi informado de que o adolescente planejava ir para a comunidade de Pantanal de Areia, zona rural de Itaituba, onde os irmãos pretendiam fazer um trabalho.

Com esses dados em mãos, dois policiais militares disfarçados iniciaram as buscas e, por volta das 21h de domingo, o adolescente foi localizado, escondido em um barraco. Para chegar até o barraco, os policiais tiveram muito trabalho, já que o local é de difícil acesso. Ao ser abordado, o acusado não reagiu e se entregou.

 Logo depois, confessou para a polícia que havia assassinado a criança. “Eu fui lá por causa da menina mesmo, mas não pra matar”, disse o adolescente. “Quando cheguei, a primeira que eu vi foi a menor, mas, depois, eu vi a Camila e ‘fiz’”, complementou.

Com riqueza de detalhes, o delinquente confessou que dominou a criança, enquanto forçava a outra a não esboçar nenhum ruído. Ele usou a camisa para tampar a boca da vítima, que morreu vítima de asfixia. “Zequi” também confessou, friamente, que abusou sexualmente da criança, quando esta já estava sem vida.

Percebendo que havia matado a criança, o indivíduo fugiu pela janela do quarto. À polícia, o delinquente confessou que o interesse dele era, de fato, por satisfazer-se sexualmente com a menina de oito anos. E, ao deparar com a irmãzinha dela, de quatro anos, chegou a cortar a calcinha da criança, mas, em seguida, viu a outra e partiu em sua direção. Quanto ao padrasto, ele reconheceu que o homem chegou a vê-lo, mas nada fez. “Ele ficou me olhando por um tempinho, depois saiu. Só depois foi que ele chamou a mãe da menina”, disse “Zequi”.

O crime chocou até mesmo os policiais, que também se esforçaram em manter a detenção do adolescente em sigilo, até por uma questão de resguardar a integridade do acusado, que poderia ser vítima da fúria popular. Dominado, o adolescente confessou por várias vezes; disse que estava bebendo com os irmãos quando decidiu ir até a casa da criança, que já vinha observando há alguns dias.

Com a confissão oficializada, os policiais fizeram a apresentação, em uma pronta resposta depois de uma cuidadosa e cansativa investigação. Para a polícia, já não há dúvidas quanto à autoria do assassinato. O padrasto, que teria visto a cena, mas não se preocupou em evitar o pior, foi chamado para depor, e será enquadrado por omissão.

Quanto ao menor, após confessar, ele foi submetido a procedimento especial acompanhado pelo Conselho Tutelar, que também que o padrasto fosse responsabilizado. De acordo com o procedimento, será solicitada a transferência do acusado para Santarém, onde ele será recolhido à casa de custódia e submetido a medidas socioeducativas, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O sepultamento da criança aconteceu na manhã de ontem, sob manifestações de protesto, comoção e dor de familiares e amigos.

 

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