Moradores das ruas Violeta, João Pinho e da
Transamazônica, de três bairros periféricos de Altamira, estão revoltados. Eles
reclamam que perderam tudo depois das chuvas que caíram no início desta semana
no município, e que alagou grande parte dos bairros de Altamira. Segundo eles,
até agora nenhum órgão público ofereceu apoio às famílias que estão
desalojadas. ”A gente está precisando agora de um apoio.
As crianças não estão indo para a escola porque não
tem materiais. Essa água que veio aí, é água de chuva, só que ela não está
escoando porque o rio está barrado. Nós estamos reivindicando o que nós
perdemos. Perdemos roupas, comida, material escolar de nossas crianças”,
desabafou o desabrigado Marcos Santos.
Revoltados, os moradores usaram móveis e
eletrodomésticos, que estragaram por causa da enxurrada que invadiu as casas,
para bloquear a Avenida Bom Jesus, principal via de acesso do bairro Mutirão,
um dos mais atingidos pelo alagamento. Eles pedem uma solução urgente, já que
as chuvas continuam caindo no município e muitas famílias não tem como retornar
para suas casas. E prometem ficar no local até que uma providência seja tomada.
Maria Auxiliadora, da Defesa Civil de Altamira,
informou por telefone que a situação dos moradores já está sendo analisada. Por
outro lado,a assessoria de comunicação
da Prefeitura informou que as famílias que estão aceitando deixar suas casas,
estão sendo encaminhadas para dois hotéis da cidade e que os moveis e
eletrodomésticos dos atingidos estão sendo guardado em galpão com a vigilância
permanente da Guarda Municipal.
Na tarde de sexta-feira, 21, a Defesa Civil do Pará
anunciou que o município de Altamira continua em estado de alerta, devido às
fortes chuvas que vêm atingindo a região. Na noite da última terça-feira (18),
um temporal de quase oito horas provocou diversos alagamentos na cidade e
deixou 13 famílias desalojadas. O estado de alerta foi anunciado após reunião entre
a prefeitura, órgãos municipais de segurança e Defesa Civil do Pará, que seguem
com uma força-tarefa nos pontos de alagamento da cidade. “Apesar dos riscos de
enchente com a previsão de mais chuvas para o município nos próximos dias, a
Defesa Civil tem seguido com um intenso trabalho de fiscalização e prevenção
nessas áreas. Após o remanejamento de todas as famílias desabrigadas para um
hotel financiado pela prefeitura, a gente segue atuando com um mapeamento das
áreas de maiores riscos para que se evite qualquer tipo de tragédia”, diz o
coordenador adjunto da Defesa Civil do Pará, coronel José Almeida.
Segundo o
oficial, até o momento já foram detectados nove bairros em situações em risco.
De acordo com o último boletim da Defesa Civil, o nível do Rio Xingu já atingiu
6,46 metros, ultrapassando a cota de alerta dos órgãos de segurança, que define
o limite máximo de seis metros. Os trabalhos de prevenção a enchentes em
Altamira fazem parte do Plano Estadual de Contingência a Enchentes e Desastres
Hidrológicos da Defesa Civil do Pará. As ações de prevenção seguem de forma
intensa durante todo o dia.
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