Nível das águas dos rios Tapajós e Amazonas registraram a marca de 8,08 metros acima do normal.
Na última
sexta-feira, 30 de maio, o nível das águas dos rios Tapajós e Amazonas
registraram a marca de 8,08 metros acima do normal. A marca está 23 centímetros
abaixo da maior enchente já ocorrida na região em 2009, quando o nível atingiu
8,31 metros. No período de cheia deste ano, o maior nível alcançado pelo rio
Tapajós foi a marca de 8,2 metros. "Ficamos a onze centímetros da marca de
2009. Hoje, podemos afirmar que Santarém dificilmente decretará estado de
emergência. As águas ainda ocupam grande parte da cidade, mas descem com
cautela.
A Defesa
Civil Estadual continua monitorando a região, e em nossa jurisdição temos sete
cidades que decretaram estado de emergência, e duas delas já tiveram o
reconhecimento federal, que são Aveiro e Alenquer", explica o tenente
coronel Luís Claudio Rêgo, coordenador Núcleo Regional da Defesa Civil Estadual
em Santarém. Até o momento, Monte Alegre, Alenquer, Óbidos, Almeirim, Aveiro,
Terra Santa e Porto de Moz decretaram estado de emergência. Na enchente deste
ano, todas as cidades do oeste ficaram em estado de alerta. A maioria teve suas
primeiras ruas alagadas. Segundo a Defesa Civil, cerca de 21 mil famílias foram
atingidas pelos impactos da cheia no oeste paraense.
Em
Santarém, foi instalada uma sala de gerenciamento de crise. O objetivo é
concentrar e gerenciar as informações a respeito da situação da região. O
coordenador da Defesa Civil do Pará, coronel José Almeida, que esteve em
Santarém para atualizar os planos de contingências locais dos 15 municípios da
região, ameaçados pelas enchentes, disse que as ferramentas meteorológicas
apontam que as bacias dos rios Tapajós e Amazonas ainda vão aumentar durante os
próximos 30 dias. "Por causa dessas problemáticas, decidimos nos reunir de
forma extraordinária com todas as coordenadorias, que envolvem os órgãos
parceiros de esfera municipal, estadual e federal para rever os planejamentos
que estão sendo desenvolvidos em todo o Estado. A Defesa Civil trabalha nos
três níveis de governo. O ponto fundamental é o plano de trabalho e quem vai
gerenciar essas ações é o próprio município, que recebe o recurso, ou o Estado,
que vai gerenciar de forma abrangente se responsabilizando pela entrega das
ajudas humanitárias”, disse o coordenador.
Ele
garante a presença, na região, dos órgãos que atuam nessa situação de desastre
e pós-desastre, como a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que já
está com equipes visitando os municípios afetados. “Existe uma grande
preocupação com a baixa das águas devido a surtos de doenças relacionadas à
água, e para evitar essa surpresa, já estamos preventivamente trabalhando uma
ação antes mesmo dos rios começarem a baixar", explica o José Almeida.
Em
relação ao fato de o nível dos rios estar distante dos níveis alcançados em
2009, o coordenador analisa que as afirmações são feitas sobre previsões.
"É difícil fazer essa afirmação, porque a ferramenta trabalha com
previsão, mas o fato é que estamos idênticos a 2009, com uma diferença: os
municípios têm se preparado mais, porque na data de hoje (sexta-feira), no
mesmo período em 2009, todos os municípios do Baixo Amazonas já estavam em
situação de emergência, e este ano foi diferente, tendo Santarém como grande
exemplo de preparação, que está resistindo ao fenômeno da enchente até hoje e
não decretou situação de emergência, mas tem suas ações bem planejadas, bem
trabalhadas fazendo resistir mais ao impacto", avalia o coronel.
O
prefeito de Aveiro, Olinaldo Barbosa, afirma que a cidade está bastante
castigada e que já recebeu o reconhecimento federal. "A cheia foi grande.
Já estamos amparados, mas até o momento esperamos uma ajuda mais
concreta", diz.
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